O presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (PSB), afirmou que a Mesa Diretora estuda a possibilidade de convocar os ex-secretários de Segurança Pública, Mauro Zaque e Fábio Galindo, para prestar explicações acerca da denúncia da existência de uma central clandestina de monitoramento telefônico no Estado. Nesta segunda-feira (15) foram revelados novos nomes de pessoas que teriam sido alvo da “arapongagem”, que veio a público na semana passada.
Conforme Botelho, a convocação não esvaziaria a proposta da deputada Janaina Riva (PMDB), que pretende instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso. “Propor uma CPI é um direito da deputada Janaina e se ela conseguir reunir as assinaturas suficientes, eu, como presidente, vou cumprir com meu dever e instaurar a comissão. Porém, já estamos trabalhando para trazer luz às denúncias apontadas. Alguns parlamentares já defendem que possamos ouvir os promotores que naquele momento respondiam pela Secretaria de Segurança”, disse Botelho, que debaterá as providências que serão tomadas no Colégio de Líderes marcado para hoje.
Nesta segunda, foram revelados novos nomes de alvos das escutas clandestinas, além daqueles citados na última semana. Entre os supostos grampeados estão o ex-desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Groso, José Ferreira Leite, o vereador licenciado Vinícyus Hugueney (PP). cinco médicos, policiais militares, um jornalista, uma engenheira, uma dirigente sindical de Mato Grosso do Sul, a filha de João Arcanjo Ribeiro, além de servidores e ex-servidores públicos.
Por meio de nota, Hugueney explicou que embora a linha telefônica estivesse em seu nome, ela era usada pelo ex-vereador Clovito, que faleceu em 2015. “Não economizarei esforços para que seja preservada minha intimidade e meus direitos, assim como de todos os meus familiares e próximos, que possam ser injustamente prejudicadas, assim agindo em estrita observância ao que estabelece um dos preceitos fundamentais da Constituição Federal”.
Também após o vazamento da lista de interceptados, a ALMT ressaltou que foi informada de que assessores parlamentares também foram alvos de escutas irregulares. Sobre o assunto, a Mesa Diretora informou que vai apurar os fatos para posteriormente se posicionar.
O presidente do TJMT, desembargador Rui Ramos, determinou a abertura de uma investigação interna a respeito da “central de grampos”. Isso porque as interceptações clandestinas ocorreram utilizando a tática “barriga de aluguel”, que significa a inclusão, em pedidos legítimos de interceptação, de terminais de pessoas que não possuem nenhuma relação com a investigação principal. Foi desta forma que as autoridades foram supostamente grampeadas.