Nove dias depois de ter sido preso na segunda fase da operação Ventríloquo, o servidor da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Francivaldo Mendes Pacheco, foi exonerado do cargo. Ele era chefe de gabinete do deputado estadual Romoaldo Júnior (PMDB) que também é investigado sob suspeita de ter se beneficiado de um esquema de desvio de dinheiro no Legislativo Estadual envolvendo o pagamento de uma dívida de R$ 9,4 milhões ao banco HSBC.
O nome de Francivaldo consta em uma relação de 32 servidores exonerados por meio do ato número 317/2016 assinado pelo presidente da Mesa Diretora, deputado Guilherme Maluf (PSDB), e pelo primeiro secretário, Ondanir Bortolini (PSD), e publicado no Diário Oficial do Estado que circula hoje. A exoneração tem data retroativa ao dia 31 de agosto.
Francivaldo Pacheco estava lotado no cargo de assessor parlamentar APG-10 com salário de R$ 11,8 mil. Até 31 de janeiro de 2014, Francivaldo era chefe de gabinete da primeira secretaria da Assembleia Legislativa, ocasião em que foi nomeado para a função de assessor-adjunto da presidência, ASE III.
Até o dia 31 de março deste ano Francivaldo, já lotado no gabinete de Romoaldo Júnior, tinha um salário de salário de R$ 5,9 mil. No entanto, teve o valor do salário dobrado no dia seguinte ao ser nomeado no cargo de assessor parlamentar APG-10 com subsídio de R$ 11,8 mil a partir de 1º de abril.
Desde que Francivaldo foi preso pelo Gaeco, no dia 5 deste mês, a Assembleia Legislativa não fez qualquer pronunciamento sobre a situação do servidor. Agora, publicou o ato de exoneração da função em cargo comissionado que ocupava.
A 1ª fase da Operação Ventríloquo foi deflagrada em 1º de julho de 2015, ocasião em que foram presos pelo Gaeco o ex-deputado e ex-presidente da Assembleia, José Riva, o ex-secretário geral da Assembleia, Luiz Márcio Bastos Pommot e o advogado Júlio César Domingues Rodrigues. Nessa 2ª fase batizada de "Filhos de Gepeto", somente Francivaldo foi preso por decisão da juíza Selma Rosane Santos Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá.
O deputado Romoaldo Júnior, também investigado no esquema, não foi preso por causa do foro por prerrogativa de função de modo que a magistrada não tem autonomia para decretar sua prisão, mas sim o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Romoaldo ocupava a presidência da Assembleia Legislativa em 2014 e foi responsável por autorizar os pagamentos da dívida que a casa tinha com o Banco HSBC resultado de seguros para os servidores contratados na década de 1990.