A Assembléia Legislativa vai convocar o secretário de Estado de Segurança Pública, Célio Wilson, para prestar esclarecimentos sobre as últimas fugas e rebeliões ocorridas em Mato Grosso. Autora do requerimento, a deputada Vera Araújo (PT) cita como exemplo a fuga do acusado de matar o empresário Sávio Brandão, entre outros crimes, Célio Alves, do Pascoal Ramos, há mais de um mês e, nesta semana, a fuga do traficante Ivanildo Canuto Soares que saio da cadeia pública do Carumbé com dois agentes, para ser levado a um hospital, mas ao passar em seu apartamento no Verdão, sem autorização da Justiça, acabou fugindo.
“São vários problemas no presídios, envolvendo fugas e mortes. O Secretário precisa dar explicações”, afirma a parlamentar. O requerimento gerou discussão em Plenário, uma vez que muitos parlamentares apontavam o trabalho do Secretário Célio Wilson como exemplar. O deputado Zé Carlos do Pátio (PMDB) defendeu que antes da convocação do Secretário fosse votado o projeto de lei que acaba com o desvio de função da Polícia Militar e que seja discutido o orçamento da Pasta para o próximo ano.
“O projeto é diferenciado do conteúdo do requerimento. Minha preocupação é com as respostas que a sociedade quer ter sobre estas fugas constantes”, defendeu a deputada petista. Presidente da Assembléia, o deputado Silval Barbosa (PDMB) enfatizou que a Casa irá aprovar todos os projetos que estão tramitando e que todos os requerimentos aprovados pelo Legislativo tem como objetivo buscar explicações e não “sacrificar” nenhum dos convocados. O Presidente lembrou ainda que o Comandante Geral da Polícia Militar, Leovaldo Salles, também já está convocado para dar explicações sobre o desvio de funções de militares.
O requerimento da deputada Vera Araújo ganhou respaldo do parlamentes, mesmo com as ponderações. O deputado Zeca D’Ávila (PFL) afirmou que a “hora e oportuna”. “A situação na capital e no interior do Estado é extremamente grave. Precisamos que o governo, por meio da Secretaria de Segurança Pública, tome providências”.
O deputado Carlos Carlão Nascimento (PSDB) ressaltou a “instabilidade” que os presídios e cadeias passam em Mato Grosso. “Não podemos confundir bancada de sustentação com nosso papel de fiscalização. Precisamos de respostas”.
O deputado Dilceu Dal Bosco (PFL) defendeu os avanços do setor de Segurança Pública, mas lembrou que a demanda é muito grande na Pasta e acredita que ainda não teve prioridade. “Temos que discutir a questão Orçamentária. A Secretaria de Segurança Pública não pode viver de favores”.
A presença do Coronel Leovaldo Salles, Comandante Geral da Polícia Militar, na Assembléia Legislativa ainda não está com data definida. O requerimento, feito pelas Lideranças Partidárias, pede informações sobre a afirmação de que metade dos Policiais Militares de Mato Grosso tem lotação em gabinetes, estando 200 (duzentos) dedicados exclusivamente a garantir a segurança das comarcas do interior, do Tribunal de Justiça e da Assembléia Legislativa.
As declarações do Cel. Salles foram dadas a um jornal local, onde ele informa que mais de 3.200 policiais trabalham em setores administrativos, foram cedidos a outros órgãos ou estão afastados em cumprimento de licenças médicas ou férias.
O objetivo da convocação é para que o Comandante preste informações específicas sobre quais órgãos do Estado têm policiais militares à sua disposição, em que quantidade, bem como quantos estão em licença e férias.