O projeto de reestruturação da dívida de Mato Grosso passará pelas mãos de um dos mais famosos ícones da economia nacional antes de ir a plenário de votação na Assembléia Legislativa de Mato Grosso. O relator da proposta do Governo, deputado José Riva (PP), revelou que está negociando a possibilidade de obter um parecer de Antônio Delfim Neto, que ajudará na formação da opinião dos deputados. “Nós não temos pressa. Vamos discutir muito bem esse assunto” – anunciou o presidente do Legislativo, deputado Sérgio Ricardo (PR).
A consultoria de Delfim Neto será feita de caráter oficial, ao contrário da manifestação do economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central no Governo de Fernando Henrique Cardoso. Nesta quarta-feira, o deputado Otaviano Pivetta (PDT), esclareceu que o parecer de Fraga foi dado em caráter informal, por uma deferência pessoal em função de negócios empresariais que mantém a sua empresa, a Vanguarda mantém com a Gávea Investimentos, do economista famoso.
Fraga declarou que Mato Grosso está no caminho certo, na vanguarda do que há de mais avançado no reperfilamento de ativos. Porém, segundo os deputados, recomendou cautela e pediu que o assunto fosse discutido a exaustão. Além de Pivetta, estiveram presentes na reunião o vice-governador Silval Barbosa, e os deputados Sérgio Ricardo, Percival Muniz (PPS) e Carlos Avalone (PSDB), além do secretário de Fazenda, Eder Moraes, e assessores.
“Estamos satisfeitos porque pela avaliação técnica o projeto foi coroado de êxito e teve aprovação informal e preliminar positiva, afirmando que estamos no caminho certo. A engenharia financeira surpreende o mercado econômico” -destaca Eder de Moraes.
A intenção da proposta de reestruturação da dívida de R$ 4,6 bilhões que Mato Grosso tem com a União tem o objetivo de reduzir o comprometimento da receita líquida estadual com o pagamento das parcelas, a fim de garantir cerca de R$ 2 bilhões para o Estado investir nos próximos seis anos em infra-estrutura, logística, programas sociais e na modernização institucional. O projeto foi encaminhado à Assembléia Legislativa no dia 22 de fevereiro para análise e apreciação de todos os deputados.