A Assembleia Legislativa de Mato Grosso aprovou a criação de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar as invasões urbanas e rurais no Estado, requerida pelo deputado Gilberto Cattani (PL). Ele explicou que decidiu apresentar o requerimento devido ao maior poder de ação de uma CPI. “A Câmara Setorial Técnica foi criada com o objetivo de ajudar os produtores e está ajudando, mas nós nos sentimos impotentes na questão de realmente fiscalizar, de investigar de maneira efetiva e dar uma resposta aos cidadãos que têm sofrido invasão das suas propriedades, então nós resolvemos criar uma CPI na Assembleia Legislativa para investigar esses crimes cometidos no estado de Mato Grosso e podermos, realmente, tomar medidas para reprimir essas práticas”, explicou Cattani, que preside a CPI. São membros Carlos Avallone (PSDB), Janaina Riva (MDB), Fábio Tardin – “Fabinho” (PSD) e Wilson Santos (PSD). A instalação da CPI deverá ocorrer ainda nesta semana e a conclusão dos trabalhos será em 180 dias.
José Antônio Ribeiro Pinto comemorou a criação da CPI e relata que teve sua propriedade invadida em janeiro deste ano e até o momento aguarda cumprimento de decisão do Supremo Tribunal Federal que determinou a reintegração de posse. Localizada no Contorno Leste, em Cuiabá, a propriedade tem 139 hectares. “ Foi uma invasão violenta e inclusive eu fui vítima e registrei diversos boletins de ocorrência. As pessoas que invadiram o local possuem uma logística tão apurada que conseguiram advogado para subir com recurso no Supremo Tribunal Federal. Nós apresentamos todos os documentos e conseguimos a reintegração e manutenção da posse, mas agora estamos aguardando as autoridades para retirarem os invasores de lá”, relatou.
Xisto Bueno, diretor-executivo do Fórum Agro, composto por seis entidades do setor agropecuário, também considerou uma vitória a criação da CPI para investigar as invasões ocorridas no Estado. “Precisamos fazer um agradecimento ao governador Mauro Mendes, que, durante seus dois mandatos, tem sido implacável na busca de pacificação do campo. No entanto, é impossível que o estado esteja em todos os lugares ao mesmo tempo, então às vezes acontece, sim, de algum grupo se reunir e promover a invasão na terra, que na maioria das vezes não é improdutiva. Acredito que a CPI será um importante instrumento para coibir essa prática, uma vez que tem poderes investigativos típicos da polícia”, avaliou, através da assessoria.