Uma reunião emergencial está sendo agendada com o governador do Estado, Silval Barbosa (PMDB), e com o secretário de Saúde, Pedro Henry, pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa que pretende levar para o encontro os prefeitos de Cuiabá e Várzea Grande, Chico Galindo (PTB) e Tião da Zaelli (PSD) respectivamente para tratar da grave crise no setor.
Sem gestão nos recursos públicos recebidos que acabam se perdendo ou sendo mal aplicados, as duas principais unidades de saúde dos dois maiores municípios de Mato Grosso estão em colapso total e a perspectiva de melhora parte da necessidade de que o Estado assuma ambos os prontos socorros, o que só é admitido pelo Estado se as verbas da gestão plena de Cuiabá e semiplena de Várzea Grande voltarem a ser gerenciadas pela Secretaria de Saúde de Mato Grosso.
Diante do caos, o secretário Pedro Henry em entrevista chegou a admitir que o Estado pode intervir nas duas instituições para restabelecer a ordem, mas primeiro cobrou dos secretários municipais e dos prefeitos a aplicação correta dos recursos recebidos, ou seja, somente o Tesouro Estadual, numa ação política que não é obrigatória mas voluntária, repassa cerca de R$ 4 milhões todos os meses para ambas as unidades de saúde, sendo R$ 2,4 milhões para Cuiabá e R$ 1,6 milhões para Várzea Grande. Estes valores se somam a outros recebidos também pelas instituições via Governo Federal através do Sistema Único de Saúde (SUS) ou dos repasses Fundo a Fundo.
Os deputados Guilherme Maluf (PSDB) e Aray Fonseca (PSD), ambos médicos e ex-secretários de Saúde de Cuiabá enfatizaram que existe como corrigir as distorções, mas que é preciso primeiro que o Estado assuma ambos os Prontos Socorros e segundo que injete mais recursos para a gestão dos mesmos que poderá ser feito nos moldes do Hospital Metropolitano, ou seja, através de Organizações Sociais de Saúde – as OSS.
"Vamos levar a situação para o governador e a nossa contribuição para solucionar a crise que é de umaverdadeira guerra", disse Aray Fonseca, sinalizando que os problemas são de gestão e de dificuldades na definição de prioridades. "Não vejo outra solução, a não ser o Estado assumir os Prontos-Socorros de Cuiabá e Várzea Grande", frisou Aray Fonseca, que vê a possibilidade da tomada de decisões de curto prazo e também de longo prazo para solucionar os impasses que continuam se avolumando.
Aray Fonseca disse que conversou com o governador Silval Barbosa (PMDB) que deseja participar da solução, o mesmo sinalizando em relação ao prefeito de Cuiabá, Chico Galindo. "Essa decisão tem que ser amadurecida a partir da contribuição de todos para que seja em definitivo solucionadas as pendências da área de saúde que tanto afetam a população", ponderou.