A Justiça Federal de Mato Grosso acatou denúncia contra o ex-secretário de Estado de Fazenda, Eder Moraes, a esposa dele, Laura Tereza da Costa Dias, o superintendente do Bic Banco em Mato Grosso, Luís Carlos Cuzziol, e o atual secretário adjunto do Tesouro Estadual, Vivaldo Lopes. Todos são agora réus pelo crime de lavagem de dinheiro e responderão a processo, resultado de um dos desdobramentos da operação Ararath, deflagrada em etapas pela Polícia Federal.
O processo que agrupa os quatro está na 5ª Vara Federal de Mato Grosso, presidida pelo juiz Jeferson Schneider. O magistrado estabeleceu prazo de dez dias para que cada um dos acusados apresente as alegações iniciais. Desde o dia 20 deste mês, quando a quinta fase da operação foi deflagrada, o processo corre sob segredo de justiça.
Segundo as investigações da PF, Eder é apontado como principal operador de um suposto esquema de lavagem de dinheiro público que envolvia o Bic Banco, responsável por emprestar dinheiro à empresa de Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça. Como garantias, a instituição recebia precatórios e créditos de contratos com o governo. Ao menos dez inquéritos foram instaurados para apurar o esquema.
A fraude ocorria, conforme análise dos policiais, na destinação do dinheiro utilizado para abastecer campanhas políticas e no pagamento de propina diversos políticos de Mato Grosso. Ao menos R$ 520 mil teriam sido enviados à empresa de propriedade de Lopes.
A informação, revelada na quarta fase da operação, foi negada pelo secretário Vivaldo Lopes. Ele explicou que emprestou o nome da empresa para que a antiga Associação Amantes do Futebol e Amigos do Mixto (Afam) pudesse receber uma cota de patrocínio.
No decorrer das investigações, Eder e Cuzziol foram presos pela Polícia Federal. Enquanto o superintendente do banco foi libertado no último domingo, o ex-secretário segue preso no Centro de Detenção Provisória da Papuda, em Brasília.