Mato Grosso já pode programar para curto e médio prazos o aumento de sua oferta de madeira industrial e a fixação permanente, no campo, da mão-de-obra diretamente ligada a esse setor. Nesse cenário estão inseridas a distribuição de renda e a geração de atividades econômicas florestais que viabilizem a mentalidade da silvicultura como ação prioritária do Estado.
O sistema vai funcionar a partir de um programa – já transformado em lei pela Assembléia Legislativa – de concessão das áreas que margeiam as estradas estaduais para reflorestamento. O objeto principal dessa medida – de acordo com o autor deputado Wagner Ramos (PR) – são as margens das rodovias estaduais que estejam sem perspectivas de utilização imediata.
O parlamentar explicou que, a partir da observação de critérios técnicos, essas áreas específicas podem ser cedidas – em comodato não oneroso e de prazo determinado – aos trabalhadores que possuam comprovadas vocações florestal e agrícola, conforme sua capacidade social, em consórcio gerido pelas unidades sociais e empresariais rurais organizadas.
“A idéia é que – nessas margens – sejam implantadas florestas de essências exóticas e de rápido crescimento para fins de futura produção de carvão vegetal – consorciadas com agricultura e dentro da capacidade possível. Também está determinado que essa prática não gere riscos ao tráfego de veículos e que os acostamentos serão preservados para sua finalidade básica”, salientou Wagner Ramos.
O deputado esclareceu, ainda, que – como propriedade do Estado – essas áreas marginais poderão ser cedidas em comodato a trabalhadores sem ocupação. Esses trabalhadores cultivarão florestas consorciadas com plantios de outros produtos de curto ciclo – em seu benefício – assim como a matéria prima florestal.
A meta é que esse mecanismo gere atividade econômica, assentamento de famílias por longo prazo e atividades de plantio de florestas nas propriedades privadas vizinhas.