A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) manifestou, esta manhã, que o “direcionamento e decisões de políticas públicas dos próximos quatro anos, oriundas do ministério da Agricultura e Pecuária preocupa” a entidade porque, “de acordo com a entidade, a proximidade do atual governo com pautas voltadas a grandes grupos econômicos, e também, a organizações como as do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), por exemplo, deixam dúvidas sobre a atuação direcionada a grande maioria dos produtores rurais do país, que são pequenos e médios”, manifesta a associação.
A Aprosoja expôs que não vai “entrar no mérito sobre o nome do novo ministro”, o mato-grossense Carlos Fávaro, que já presidiu a entidade. “Primeiramente, entendemos que é a opção do grupo político eleito indicar a pessoa que possua as qualidades para assumir o cargo. A posição institucional é a preocupação em relação às atitudes do atual ministro, desde antes da posse, a exemplo da aproximação aos movimentos de invasão de terra que preocupa muito o setor produtivo porque a essência da produção é a propriedade privada. Em hipótese alguma podemos concordar com uma organização que fomenta invasão de propriedades, isto é crime definido no Código Penal”, aponta.
A Aprosoja-Mato Grosso acrescenta que “as políticas públicas do setor precisam ser pensadas para atender a maioria dos produtores rurais, que atualmente são pequenos e médios produtores. Além disso, os agricultores esperam que haja justiça e defesa com relação à preservação ambiental que já é feita no campo, uma vez que Mato Grosso é o maior produtor de soja do Brasil, destinando apenas 11% do seu território para o cultivo de lavouras, e o Brasil – maior produtor mundial da oleaginosa – mantém florestas preservadas em mais de 65% de sua extensão territorial, inclusive boa parte dentro das próprias propriedades rurais”.
“Nenhum país do mundo onde se pratica agricultura, tem uma produção mais sustentável que a do Brasil, com quantidade de vegetação nativa maior que muitos países europeus juntos. Além disso, temos uma legislação ambiental moderna e restritiva, que inclusive impõe ônus ao produtor rural. Problemas, como o desmatamento ilegal, devem ser combatidos dentro dos mecanismos legais existentes. É isso que esperamos que o atual ministro defenda, e não se submeta a interesses internacionais em detrimento dos produtores, inclusive aceitando imposições que vão além do Código Florestal Brasileiro”, declara.
Ainda de acordo com a associação, “outros pontos de atenção relacionados ao Partido dos Trabalhadores e a políticas agropecuárias do Mapa também preocupam. Nós sabemos que tem uma ação do Partido dos Trabalhadores contra o calendário de plantio da soja em Mato Grosso, e outra contra o Instituto Mato-grossense do Agronegócio (Iagro) que vão contra a posição da grande massa dos produtores do estado, representados pela Aprosoja-MT. Também nos preocupa a questão do armazenamento, precisamos saber como isso vai funcionar a partir da divisão da pasta. Os pequenos e médios produtores só terão viabilidade no médio prazo se tiverem estrutura de armazenagem em suas propriedades e isso é uma política pública que precisa ser tratada como prioridade”.
“A gente sabe que agricultura é um setor de risco e precisamos ter crédito viável e acessível, assim como seguro agrícola. Então, quem vai dizer a opinião do setor em relação ao Ministro são os passos que ele vai dar, as decisões que ele vai tomar com relação aos pequenos e médios produtores. Serão políticas para mega grupos empresariais ou para atender as famílias que chegaram aqui há 30, 40 e 50 anos e fazem de Mato Grosso esta grande potência? Afinal, todo governante é passageiro, todo ministro é passageiro, mas o setor sempre vai continuar existindo independentemente de quem esteja à frente. O nosso papel é cobrar políticas que atendam a maioria representada por nós”, conclui a Aprosoja-Mato Grosso.