A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) criticou, hoje, as declarações do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, em entrevista à revista Veja quando fez análise das ações extremistas que culminaram na invasão do Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto. “Sem entrar no mérito das visões do ministro, não poderíamos deixar de nos manifestarmos sobre a acusação feita por ele que a entidade teria apoiado atos antidemocráticos. Embora o ministro, que também é senador da República, tenha usado como referência uma fonte ‘verbal’, esta denunciação caluniosa não condiz com a postura esperada de um Ministro de Estado, especialmente em se tratando de um fato tão grave”, rebate a Aprosoja Mato Grosso.
Em nota, hoje, a entidade reitera que “se manifesta publicamente sobre os assuntos de interesse dos seus associados, e aqueles que a acompanham sabem que a sua defesa sempre foi pela liberdade de expressão, defesa do direito de propriedade, liberdade econômica e respeito à Constituição Federal. Não há, nem nunca houve por parte de sua diretoria suporte ou incentivo à depredação de patrimônio público ou privado. A Aprosoja-MT é uma entidade política, porém apartidária em decorrência do seu estatuto. Em virtude desta previsão normativa interna não apoiou qualquer candidato a cargo eletivo nas eleições passadas”.
A Aprosoja ainda manifestou que, “sobre as resistências dos produtores de Mato Grosso ao nome do ministro, há de ressaltar que nem o setor e sequer seu município de origem apoiou massivamente sua candidatura ao Senado, sendo fundamental para o seu sucesso no pleito o poderio econômico que suportou sua campanha. Este descolamento do parlamentar da sua base se deve especialmente à forma como ele desembarca de suas parcerias políticas, foi assim na gestão (ex-governador) Pedro Taques (de quem Fávaro foi vice-governador) e se repetiu agora com a gestão estadual do governador Mauro Mendes”.
A Aprosoja também afirmou, na nota, que “a respeito da entidade, o foco tem sido dado ao desenvolvimento de pesquisas para o adequado manejo de pragas, redução do uso de insumos químicos e aumento de produtividade. Já são três campos de pesquisas mantidos pela Aprosoja-MT, um único deles, a exemplo, é responsável por uma vitrine de materiais que já superou 115 variedades testadas no último ano. Com o projeto Aproclima, 67 estações meteorológicas foram espalhadas pelo estado, trabalho por meio do qual pretendemos aperfeiçoar as previsões climáticas regionais, inclusive com resultados que já têm servido de apoio para a Defesa Civil do Estado. E ainda, investimos em melhoria contínua dentro das propriedades rurais, com o Projeto Soja Legal, implementando governança Ambiental, Social e Corporativa a mais de 3 milhões de hectares de soja cultivadas no estado de Mato Grosso, projeto recentemente acreditado pelo ministério da Agricultura” e enumera outros avanços que a entidade tem proporcionado, destacando “a busca por mecanismos que solucionem os gargalos da armazenagem no país é uma batalha constante da entidade”.
“São apenas alguns exemplos do porquê de a entidade ter se mantido ausente dos debates sobre questões paralelas. A Aprosoja-MT tem trabalhado e muito pelo futuro da agricultura sustentável e pela sustentabilidade financeira do produtor, mas este também depende das políticas públicas agropecuárias. Chegou a hora do Ministro Carlos Fávaro parar de olhar no retrovisor e olhar para frente, tentar recuperar as atribuições que o ministério perdeu e realmente se preocupar com políticas agropecuárias que tragam benefícios para os produtores”, finaliza a Aprosoja Mato Grosso.