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Após ser levado para depor na Polícia Federal, Lula critica juiz, se diz magoado e fala em recomeço

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O ex-presidente Lula, que foi levado pela Polícia Federal, esta manhã, e prestou depoimento por mais de 3 horas, criticou a decisão do juiz federal Sergio Moro, de Curitiba (PR) que expediu sua condução coercitiva, atendendo pedido do Ministério Público Federal. Ele manifestou indignação "pelo fato de 6hs de terem chegado na minha casa" os delegados e policiais federais para levá-lo até a sede da PF e prestar depoimento sobre suspeitas de ter recebido repasses financeiros, que podem ser ilegais, de R$ 30 milhões relativos a doações ou palestras. O repasse, segundo o MPF, foi feito pelas 5 grandes empreiteiras investigadas na Lava Jato.

Lula disse que os federais foram "muitos gentis. Não sei se são sempre assim, (chegaram) pedindo desculpas que estavam cumprindo determinação judicial. Eu poderia ir a Curitiba… eu gosto de Curitiba. Mas eu me senti prisioneiro hoje de manhã", rebateu, em entrevista coletiva na sede do PT, para onde oi após prestar depoimento.

O ex-presidente também disse que,  "se o juiz Moro e o Ministério Público quisessem me ouvir, era só ter me mandado um ofício e eu ia como sempre fui porque não devo e não temo". Essa semana, ele não teria atendido convite do Ministério Público em São Paulo para prestar depoimento e pediu habeas corpus, que foi concedido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Mas, como a ordem de condução coercitiva foi expedida pela justiça do Paraná, ele teve que ir no carro da federal até o sede, no aeroporto em Congonhas (SP).

Lula também criticou vazamento seletivo de informações. "É lamentável que uma parcela do poder Judiciário brasileiro esteja trabalhando em associação com a imprensa.” Ele acrescentou: “Antigamente você tinha a denúncia de um crime, ia investigar se existia e prender o criminoso. Hoje a primeira coisa que se faz é determinar quem é o criminoso”.

O ex-presidente também rebateu as acusações sobre os valores recebidos das empreiteiras pelas empreiteiras investigadas na Lava Jato. "As pessoas queriam que o Lula falasse das coisas que fez no Brasil. Que milagre fez para aprovar o Prouni, o Fies, para levar energia a 15 milhões de pobres nesse país”, disse. “Por isso me transformei no conferencista mais caro do mundo junto com o Bill Clinton (ex-presidente americano). Várias empresas que agenciam professores, todo mundo queria me empresariar. Aqui no instituto (Lula) quem vai empresariar somos nós. E quando vai cobrar vai cobrar igual o Clinton. No tenho complexo de vira-lata", rebateu.

"Embora esteja magoado, eu acho que o que aconteceu hoje, é o que precisava acontecer: o PT levantar a cabeça. Há muito tempo que o PT está de cabeça baixa. Todo santo dia alguém faz o PT sangrar. Há partir da semana que vem, quem quiser um discursinho do Lula é só acertar passagem de avião, não vai de ônibus que demora muito, que eu tô disposto a andar esse país. Não sei se serei candidato em 2018, a natureza as vezes é implacável com a gente que ultrapassa os 70. Mas como a ciência também avançou e essas coisas todas que eu faço aumenta a minha tesão (sic) de participar das coisas nesse pais. Eu descobri que nem tudo está acabao. É preciso recomeçar".

Pela manhã, quando Lula prestava depoimento em São Paulo, os procuradores da República, em Curitiba, explicaram a operação.
"Os favores (feitos pelas empreiteiras para Lula) são muitos e difíceis de quantificar. É possível quantificar as obras no tríplex e no sítio", informa o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima. Há um inquérito que investiga o Instituto Lula e outro para apurar a empresa de palestras. "Não há nenhuma conclusão no momento, mas os indicativos eram suficientes", disse o procurador. O MPF confirmou que houve quebra de sigilo bancário de Lula, mas o caso é confidencial. O procurador também disse que há indícios de destruição de provas dos casos que estão sendo investigados.

O procurador disse que o Instituto Lula, que tem caráter beneficiente, fez repasses financeiros para empresas do filho do ex-presidente e estão sendo investigadas. Ele afirmou ainda que o MPF está investigando se os desvios de recurso na Petrobras, organizados por José Dirceu, eram do conhecimento do ex-presidente Lula. "O governo dele (Lula) foi beneficiado pelo caso de corrupção na Petrobras porque houve compra de apoio político", disse.

A Polícia Federal colocou nome na operação de hoje de Aletheia, termo grego que significa "verdade", "realidade".

Em instantes, mais detalhes

(Atualizada às 15:16)

 

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