O ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), afirmou que jamais autorizou qualquer pessoa a realizar, em seu nome, tratativas com dirigentes da Construtora Odebrecht, ao contrário do que afirmam dois ex-diretores da empresa, que firmaram acordo de colaboração no âmbito da Operação Lava Jato. De acordo com eles, Blairo teria negociado, utilizando o seu ex-secretário Luiz Antônio Pagot, créditos devidos pelo Estado por conta de uma obra realizada na MT-010.
Blairo destacou que jamais recebeu qualquer tipo de doação da Odebrecht em suas três campanhas eleitorais e nunca manteve nenhum relacionamento com membros da empresa. O ministro é acusado de ter recebido, quando disputou a reeleição ao governo em 2006, R$ 12 milhões, pedidos expressamente pelo ex-secretário Eder de Moraes Dias.
Por conta disso, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, atendeu a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e abriu inquérito contra Blairo, que agora poderá se defender das acusações. Além dele, deverão ser ouvidos Eder e Pagot, que não figuram como investigados no procedimento. Ao todo, Fachin autorizou a abertura de 74 inquéritos contra políticos que, a exemplo de Maggi, contam com a prerrogativa de foro por função.
Blairo lamentou ter seu nome incluído na lista de pessoas citadas em delações da Construtora Odebrecht, sem que tivesse qualquer possibilidade de acesso ao conteúdo para se defender. “Me causa grande constrangimento ter minha honra e dignidade maculadas, numa situação na qual não sei sequer do que sou acusado. Tenho minha consciência tranquila de que nada fiz de errado”, finalizou