A primeira votação do projeto de lei do governo do Estado que pede autorização da Assembleia Legislativa do Estado de Mato grosso para contratar U$ 250 milhões junto ao Banco Mundial e quitar a dívida de mesmo valor com o Bank of America deve ser realizada no fim desta manhã. A garantia é do presidente do parlamento, Eduardo Botelho (DEM), que ontem concedeu vistas ao projeto para o deputado Valdir Barranco (PT) ter mais tempo para estudar a propositura.
“Estamos falando de uma dívida dolarizada que deixará o estado preso ao Bird por 20 anos, um compromisso que se sobrepõe ao tempo total de mandato do atual governador deixando os que virão engessados e obrigados a pagar um despesa que não contraíram. Além disso, a dívida será contabilizada em dólar, portanto sem valor fixo para o pagador. Na cotação de hoje, a dívida ultrapassaria R$ 1 bi, o que comprometeria, e muito, a receita futura do Estado. Esta operação precisa ser melhor avaliada”, justificou o petista.
Barranco ressaltou que reconhece a importância do tema e disse que não pretende simplesmente atrasar a votação. Para ele, a discussão deve ser ampla e atingir especialistas e universidades.
“Embora reconheça a importância do tema, defendo que este assunto precisa ser melhor discutido com especialistas, como professores de economia da UFMT, Unemat e das universidades privadas. Não podemos apenas ouvir os argumentos do governo. A sociedade não é composta apenas por um tipo de pensamento. O pedido de vista vai permitir uma melhor avaliação do PL”, completou.
Com o pedido de vistas, o deputado ganhou 24 horas para avaliar o projeto, mas, com este prazo, não vai conseguir mobilizar a sociedade. A expectativa do governo, que pediu regime de urgência na tramitação, é que a matéria comece a ser votada hoje. O plano do secretário de Estado de Fazenda, Rogério Gallo, conforme Só Notícias já informou, é de que até agosto ocorra o desembolso.
Na mesma sessão de apreciação do empréstimo, os deputados devem votar pela manutenção ou derrubada dos vetos do govenador Mauro Mendes (DEM) às emendas impositivas dos parlamentares. A tendência é que o parlamento firme posição e derrube os vetos, impondo a primeira derrota para o governo Mauro Mendes no Legislativo.