Esquentou ainda mais o clima no PDT diante da decisão do presidente estadual do partido, senador Pedro Taques, em dissolver o diretório de Cuiabá para nomear novos dirigentes. Para agravar a situação, o vereador Adevair Cabral, um dos cotados para comandar a legenda na Capital, admite a possibilidade de recusar a proposta.
O clima esquentou a partir das críticas do vice-presidente do diretório municipal dissolvido, Rodrigo Rodrigues. Acompanhado por alguns correligionários, ele já havia entrado em rota de colisão com o senador na campanha e agora acusa Taques de autoritarismo. Ele chegou a atacar o correligionário publicamente durante entrevista à Rádio CBN Cuiabá, uma das empresas do Grupo GAzeta de Comunicação.
Amparado pela cúpula nacional, Taques alega que a medida comunicada por carta visa reformular todos os diretórios atendendo a proposta de reorganizar os movimentos sociais. Rodrigo Rodrigues, no entanto, alega que a forma como ocorreu a imposição é que piorou o relacionamento.
"Esse documento que dissolveu o diretório não é assinado por ninguém, contém erros e é típico de quem gosta de bater e esconder a mão. Além do mais, é um exemplo de autoritarismo", afirmou o dirigente. Ele acusa ainda Taques de proteger fantasmas, já que um aliado seria funcionário fantasma na Assembleia Legislativa por ficar no partido ao invés de despachar no serviço no horário de expediente.
Taques preferiu não polemizar o assunto. Disse acreditar que essa essa seria a melhor medida para atender as orientações da legenda. "Não vou bater boca com essa pessoa. Se alguém estiver insatisfeito, que recorra à Justiça".
Taques retornou ontem a Mato Grosso no início da noite e deve se reunir hoje com correligionários para já iniciar o processo de nomeação da nova comissão provisória de Cuiabá. Um dos procurados deve ser o vereador Adevair Cabral, que promete decidir hoje em reunião com o senador se aceita ou não o convite para assumir o partido na Capital.
Adevair diz resistir à ideia diante das divergência que têm marcado a legenda na Capital. Segundo o vereador, deve ocorrer um encontro com Taques até o final da manhã. De pronto, ele se diz contra a proposta de assumir a comissão. Prefere disputar uma eleição para escolha do novo diretório.
O PDT tem sido marcado pelas divergências internas. Convenções foram parar na Justiça e até mesmo na Polícia. Na campanha, alguns correligionários se recusaram a subir no palanque de Taques e apoiaram candidatos de outras coligações. A sigla conta com 2 vereadores em Cuiabá (Adevair e Toninho de Souza), mas teme que as disputas prejudiquem o desempenho na próxima eleição. A última vitória da legenda foi eleger Dante Oliveira governador em 1994, mas ele migrou em seguida para o PSDB.