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Após declarações de Selma, PSDB se reúne para avaliar se rompe com partido de Bolsonaro

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Só Notícias/Marco Stamm (foto: assessoria/arquivo)

O PSDB de Mato Grosso deve realizar sessão plenária extraordinária, amanhã à tarde, em Cuiabá, para decidir o futuro da coligação com a ex-juíza Selma Arruda (PSL), que, um dia após ser anunciada como pré-candidata ao senado na chapa do governador tucano Pedro Taques, foi às redes sociais justificar a decisão dizendo que só se juntou ao PSDB por falta de opção e para orientar seus eleitores a não votarem em outros membros da coligação se não se sentirem à vontade. A declaração desagradou aos tucanos e, segundo o presidente estadual da sigla, Paulo Borges, a tendência e desfazer o acordo com o partido o presidenciável Jair Bolsonaro.

Mais do que descontentamento, o sentimento no PSDB é de traição. Os tucanos entendem que abriram espaço para Selma no grupo oferecendo a ela toda a estrutura de campanha e o tempo de TV que a pré-candidata tanto preza e ela não soube retribuir. “A gente oferece tudo isso e não ter este comprometimento por parte dela com o grupo é muito ruim. Não sei se esta parceria vai prosperar”, declarou Borges, ao Só Notícias.

A vontade pessoal do presidente do PSDB é desfazer a coligação e Borges chegou a dizer que “se fôssemos inconsequentes nós já teríamos rompido”. No entanto, o líder do partido deve conversar, ainda hoje com Taques e com Selma, antes de colocar o assunto na reunião de amanhã. “A decisão do partido é soberana. Por isso marquei a reunião para amanhã, com tempo para que os membros da executiva do interior possam vir a Cuiabá”, explicou.

Conforme Só Notícias já informou, na semana passada, numa conversa ao vivo com seus eleitores nas redes sociais, Selma deixou claro que aderiu à chapa tucana por falta de opção. Ela disse que preferia compor com o ex-prefeito de Sorriso, Dilceu Rossato, que era pré-candidato ao governo pelo seu partido, mas que a desistência do empresário a deixou refém da situação. “A máquina, o sistema obriga a gente a fazer isso. Peço a vocês que não se decepcionem. Isso são questões técnicas, questões legais que acabaram nos obrigando a adotar essa posição”, justificou.

Selma explicou que a desistência de Rossato desfez a aliança da “frentinha”, composta por partidos menores que gostariam de compor com o PSL para apoiar a candidatura de Jair Bolsonaro. A coligação foi a alternativa que restou para dar a ela visibilidade e possibilidade de se eleger. “O PSL, sozinho, não poderia prosseguir. Primeiro porque nós não teríamos candidatos na majoritária para governador. Segundo, nós não teríamos tempo de TV, o PSL teria menos de um segundo de TV e não tem como você conversar com o eleitor sem esse tempo. Se abríssemos mão disso, por mais que disséssemos que fizemos isso [não se coligar com o PSDB] para nos mantermos fieis, para sermos puros, para não termos essa mistura, certamente não elegeríamos nenhum candidato”, justificou.

Diante da polarização de três candidaturas, Selma disse que não poderia compor com o ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (DEM) por ele abrigar o MDB, do ex-governador Silval Barbosa que foi alvo de suas ações durante a magistratura, nem com o senador Wellington Fagundes, que está aliado ao PT e PCdoB, partidos “antagônicos” ao PSL. “Não conseguiríamos nos colocar em outro lugar que não fosse ali [com Taques]”, reforçou.

Mostrando pouco traquejo para trabalhar em grupo, pelo menos no que está, e franqueza rara à maioria dos políticos, Selma não poupou seus aliados para limpar sua barra diante da aproximação com Taques, investigado na Operação Rêmora, que foi julgada por ela. A ex-juíza reforçou que a coligação foi uma decisão pessoal. “Não foi a Selma que coligou. Foi o PSL que coligou. Quem coliga é o partido. Essa decisão foi tomada em colegiado. Eu não gostaria que vocês pessoalizassem”, alertou.

“É obvio que as pessoas não precisam votar com a chapa fechada. Aquele que não acredita na Selma e não acredita em A ou B que está na coligação, pode perfeitamente votar na Selma, em outro governador, em outro deputado federal ou em outro senador também”, emendou.

Para conseguir se unir ao PSDB, Selma precisou de um indulto da executiva provisória do PSL e do próprio Bolsonaro, que abriu exceção numa resolução que vetava coligação com os tucanos (e outros sete partidos) em troca de um lugar no palanque de Pedro Taques e do tempo de TV do PSDB.

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