O prefeito de Alta Floresta, Chico Gamba (União) declarou, há pouco, ao Só Notícias, que está com a “consciência tranquila” em relação a decisão da justiça que cassou seu diploma eleitoral e do vice-prefeito Robson Quintino (MDB), no final de semana, por fraude e abuso de comunicação com uma página em rede social com postagens a seu favor durante a eleição. Chico segue no cargo enquanto serão analisados recursos à decisão e afirma que a página foi registrada legalmente.
“A gente respeita a decisão da juíza, mas não concorda. A gente nunca teve problema, todas as nossas contas sempre foram aprovadas, sempre a gente procurou fazer as coisas dentro da legalidade”, disse o prefeito. “O muito que a gente entenda, que a juíza poderia entender seria uma propaganda irregular ou alguma coisa nesse sentido, mas querer dizer que isso possa influenciar uma eleição com 82,46% é um absurdo”. Então a gente tá tranquilo, nada muda, os trabalhos continuam, a gente entra com o recurso”, “a gente acredita primeiramente muito em Deus e acredita na justiça também, no colegiado, que a gente já vai sanar esse problema já na segunda instância e a gente vai continuar dando a resposta pessoas aí com o trabalho, com a transparência e sempre dentro da legalidade”. “Todo ser humano pode haver os erros, mas intencionalmente isso pode ter certeza que a gente não é desse perfil”, concluiu.
A assessoria jurídica do prefeito está preparando recurso ao Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso. Gamba adiantou que o argumento da defesa será que a página não influenciou o resultado das eleições, citando duas pesquisas eleitorais: a primeira divulgada em março do ano passado, feita pelo instituto Percent Brasil que apontava, que o então candidato tinha 68,7% de intenção dos votos e a segunda, divulgada em setembro do ano passado, do mesmo instituto, na qual ele tinha 81,2% de intenção de votos.
O gestor acusou seu opositores, sem citar nomes, de praticarem “a política do mal” ao fazer denúncia na justiça eleitoral. “Logicamente, que são pessoas que não aceitam porque quem que vai ter entrado com esse recurso aí para tentar nos derrubar a gente? Então, isso certamente foi oposição”, “tem pessoas que não têm serviço prestado e que concorreu e que entrou com o recurso, tentando derrubar, ou seja, perdeu nas urnas e quer ganhar no tapetão. Tentando derrubar para ver se volta em uma outra eleição e assim por diante. Esse é meu ponto de vista”, afirmou.
A decisão da juíza Adriana Lamim, da 24ª zona eleitoral, foi que Gamba, Quintino, o administrador da página no Instagram e um assessor cometeram crimes na campanha, em relação ao uso de redes sociais, dado que “criaram uma ‘página reserva’ e recomendaram que os seguidores seguissem a página”. A acusação é de terem adquirido “conta reserva previamente existente e que já tinha cerca de 30 mil seguidores dentre munícipes e eleitores” e “sem comunicação aos seguidores, renomearam a página” “para Chico Gamba e nela passaram a divulgar inúmeras propagandas eleitorais em favor” dele e do vice. Na decisão consta que o “objeto litigioso não versa sobre a falta de comunicação da página, mas da forma como ela foi utilizada, a forma como foram cooptados os seguidores, a falta de transparência sobre as diversas modificações de nome que a página sofreu e a gravidade que se consubstancia-se na vasta quantidade de propaganda para um número relevante de seguidores”.
A decisão da magistrada também tornou o prefeito e vice inelegíveis por 8 anos.
Chico Gamba foi reeleito com 23.912 votos (82,46%).
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