Apesar de a grande maioria dos 24 deputados estaduais ter suas atenções voltadas mais para a campanha à reeleição do que às sessões da Assembleia Legislativa nos últimos tempos, apenas dois parlamentares decidiram se afastar oficialmente dos cargos até agora. Jota Barreto (PR) e Baiano Filho (PMDB) se licenciaram e foram substituídos por Neldo Weirich (PR) e Adalto de Freitas (SD), respectivamente, que, por suas vezes, também estão em plena campanha eleitoral.
O resultado são sessões plenárias esvaziadas. Desde o retorno do chamado “recesso branco” – quando as atividades legislativas foram interrompidas por 10 dias, em julho, para manutenção do sistema de refrigeração de ar do prédio -, o primeiro encontro que resultou em uma ação efetiva dos deputados ocorreu na última quarta-feira (27): a aprovação em primeira votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2015.
O projeto deveria ter sido aprovado ainda no primeiro semestre deste ano, mas já naquela época a formação do quórum necessário não era conseguida. Entre os motivos cogitados, além da campanha eleitoral, que ocorre desde 6 de julho, estava o não pagamento de emendas parlarmentares por parte do governo do Estado. Em algumas sessões, apesar de o placar eletrônico marcar a presença de, em média, 14 deputados, quase nenhum estava, de fato, presente em plenário.
Com 17 dos 24 deputados disputando a reeleição, o presidente da mesa diretora, Romoaldo Júnior (PMDB), já previa, no início do ano, a situação. A tentativa de solução encontrada foi a concentração das sessões – que originalmente ocorrem às terças, quartas e quintas-feiras – em somente um dia da semana. Mesmo assim, continuam paradas as discussões de projetos importantes, como o que unifica as previdências dos Poderes e instituições do Estado e cria um fundo para abastecê-la, o MT Prev.
O próprio Romoaldo reconhece que tem sido difícil conciliar o trabalho no Legislativo com o de campanha. Assim como a maioria dos demais, no entanto, ele também não pretende deixar o cargo. O pemedebista sustenta haver “muita coisa importante” acontecendo na Casa para que ele se ausente. Isso porque, além de presidir a mesa diretora, com o afastamento de J. Barreto, Romoaldo passou a acumular também o posto de líder do Executivo.
Candidata ao cargo de vice-governadora pela coligação Amor à Nossa Gente, que defende Lúdio Cabral (PT) ao governo do Estado, a deputada estadual Teté Bezerra (PMDB), por sua vez, não vê dificuldades em conciliar as duas frentes de trabalho: campanha e Legislativo.
“Nos dias em que há sessão na Assembleia, eu não participo dos atos de campanha” explica, pontuando ainda não ter visto nenhuma paralisação das atividades da AL. “Somos em 24 e tem havido um quórum de, pelo menos, 20 deputados”, sustenta.
Candidato ao governo do Estado pela Coligação Viva Mato Grosso, o deputado estadual José Riva (PSD) também permanece na função. Só abriu mão de retomar a presidência da Casa.
Enquanto poucos parlamentares pediram para deixar os cargos durante o período eleitoral, outros voltaram às atividades parlamentares recentemente. É o caso de Ezequiel Fonseca (PP), que até o início do mês era susbstituído no Parlamento pelo suplente Deucimar Silva (PP). Antes dele, ainda no primeiro semestre do ano, Emanuel Pinheiro (PR) também retomou sua vaga, após um período de 120 dias de licença. Na época, o republicano foi substituído pelo correligionário Neldo Weirich.