O senador Antero Paes de Barros vai disputar o governo do Estado de Mato Grosso contra a reeleição de Blairo Maggi. Será a reedição da disputa de 2002, quando o atual governador há 45 dias das eleições estava com apenas 2% dos votos e acabou vencendo no primeiro turno. O embate entre as duas maiores estrelas políticas do Estado promete ser empolgante.
Mas a disputa, pelo que se protagoniza nos bastidores políticos de Mato Grosso não ficará restrita apenas a Maggi e Antero. Mais duas candidatura estão sendo postas nesta disputa: a senadora Serys Marly, pelo PT, que sonha em ser a primeira mulher a governar com o voto do eleitor o Estado e o deputado estadual José Carlos do Pátio, PMDB, que tem o apoio integral do ex-governador, ex-prefeito de Rondonópolis e ex-senador Carlos Bezerra.
Diante deste os principais articulistas políticos mato-grossenses já antevêem a realização de um segundo turno em Mato Grosso, o que seria inédito para o Estado. Mas quem serão os dois postulantes neste segundo turno, se realmente ele vier a ser confirmado? Esta é a pergunta que os analistas fazem. A princípio, a lógica diz que esta disputa ficará acirrada entre Maggi, que coloca ao eleitor quatro anos de trabalho a frente do Estado e tem o apoio total da classe produtora, que atualmente vem mantendo uma queda de braço contra o governo federal com relação a queda de lucros devido a alta do real em relação ao dólar e Antero. O senador, se realmente confirmar sua candidatura virá credenciado com o apoio das grandes lideranças nacionais do PSDB. “Ele vem fazendo um excelente trabalho em Brasília. É um dos senadores mais combativos, que briga contra a corrupção do PT. Se quiser disputar o governo de seu Estado, vamos ajudar sim”, avisa o senador Arthur Virgílio, um anterista de primeira mão.
Mas estes analistas apostam em surpresas nesta disputa para ir ao segundo turno. E uma delas não é a senador Serys Marly, PT, que não vem tendo tanto destaque em Brasília como tinha quando era deputada estadual. A aposta está em José Carlos do Pátio, deputado eleito por Rondonópolis, reduto eleitoral de Blairo Maggi. “Ele conhece todos os pontos fortes e fracos deste governo. Tem o apoio do PMDB, um partido que precisa ser muito considerado em uma disputa. É jovem e conta com o apoio do eleitor jovem. Vai dar muito trabalho e tem tudo para ser o próximo governador”, disse o presidente do partido, Carlos Bezerra.
Maggi, no entanto, não acredita na realização de um segundo turno. Para isso aposta suas fichas na imagem de bom administrador e de político volta as questões da produção. Tanto assim que abraçou de corpo e alma o movimento “Grito do Ipiranga”, dos produtores que querem a flexibilização do câmbio e melhores perspectivas para o escoamento de suas safras. “Maggi é um rico que governa para rico. Se esqueceu da classe trabalhadora. Achatou salários. Não sei se terá o apoio do eleitor”, avalia um influente político do PFL, partido que está na iminência de romper com o governador e que fundamental em sua eleição em 2002.
O certo é que a eleição para o governo do Estado, neste primeiro turno, promete bons lances no jogo de xadrez da política mato-grossense. Se a disputa for mesmo entre os quatro postulantes a certeza de um segundo turno é tida como certa.