O prefeito Wilson Santos, do PSDB; o deputado Walter Rabello, do PP; o presidente da Assembléia Legislativa, Sérgio Ricardo do PR; e mais um nome a ser confirmado pelo PT, provavelmente do deputado federal Carlos Abicalil, são os quatro nomes que começam o ano eleitoral em Cuiabá como candidatos ao principal cargo da cidade. Dessas, uma candidatura poderá até acabar “caindo”. Muito provavelmente, do deputado estadual Sérgio Ricardo. Mesmo sendo presidente do Legislativo, o parlamentar até o momento não conseguiu “convencer” o seu partido de que é o nome ideal para derrotar o atual prefeito Wilson Santos.
Há ainda a possibilidade de um quinto nome – se Sérgio Ricardo seguir no “páreo”. É o da ex-vice governadora Iraci França, dos Democratas, o DEM. Iraci entrou na sigla com o esforço muito pessoal do empresário Anildo Lima Barros, a quem era atribuída a candidatura a prefeito. Barros foi o último prefeito “biônico” de Cuiabá, indicado na época pelo então governador Júlio Campos. Desde que chegou ao DEM, Iraci é tratada como uma espécie de “trunfo” da sigla. Com forte inserção no campo social, o nome de Iraci ainda é, no entanto, uma incógnita eleitoral.
Em verdade, a candidatura de Iraci a prefeito, no caso, a prefeita, vai depender fundamentalmente dos andamentos políticos. O entrave para decifrar o engate político de 2008 vai depender de como o deputado Sérgio Ricardo vai se comportar ante a possibilidade de ter sua candidatura suprimida dentro do Partido da República. Há duas razões que demonstram claramente as dificuldades do político levar adiante o seu projeto: primeiro é porque dentro da sigla há pessoas com fortes ligações com o prefeito Wilson Santos. Um desses nomes é a de Therezinha Maggi, esposa do governador, e secretária de Trabalho e Defesa da Cidadania. Há outros também.
Por mais que Sérgio Ricardo pose ao lado do governador e “arranque” do chefe do Executivo apoio à sua candidatura, tudo demonstra que não passa da “boca prá fora”. Em 2004, Sérgio Ricardo via o governador defender seu nome mas não conseguiu fazer com que Maggi movesse “uma palha” para impedir a esposa de subir no palanque de Wilson Santos. Ou seja: acabou fora do segundo turno. Já foi dito que a cena poderá se repetir em 2008 se Ricardo continuar duramente insistindo na candidatura.
De sua parte, precavido, mas sem querer demonstrar exaustão, o parlamentar Ricardo estaria negociando, junto ao próprio Maggi, uma saída de honra da cena eleitoral. Já tendo atingido postos antes inimagináveis quando “startou” sua carreira política, inclusive tendo já o gosto de ter sido governador temporário – curto tempo, é verdade, mas, ainda assim, governador de Mato Grosso – Sergio Ricardo estaria negociando uma vaga no Tribunal de Contas a partir de fevereiro. É dado como certa a aposentadoria de Ari Leite de Campos – que, de seu turno, como tudo na política, nega com veemência.
Outra situação que impõe dúvidas sobre as pretensões de Sérgio Ricardo surge com as aspirações do próprio grupo do governador. Vencer as eleições em Cuiabá é fundamental, mas negociar bem posições para 2010 faz parte do jogo. Maggi nega, mas já estaria acenando com o apoio ao PT em Cuiabá. Fontes garantem que ele já até teria comunicado ao presidente Lula a disposição de levar o partido a apoiar Carlos Abicalil. Com isso, garantiria espaço para negociações para sua candidatura ao Senado Federal e até mesmo para uma eventual vice-presidência. Ajudar o DEM a conquistar a Prefeitura de Cuiabá, com Iraci França, para confirmar o nome de Jaime Campos ao Governo do Estado em 2010 também está na lista de opções que a sigla têm para “abdicar” da disputa na Capital.
Certeza mesmo, até aqui, são as candidaturas de Wilson Santos, à reeleição, e de Walter Rabello (PP). A postulação do Rabello, que é apresentador de programa popular de TV, a exemplo de Sérgio Ricardo, poderá acabar enfraquecendo se ficar confirmado que o PMDB vai, de fato, se aliar ao PSDB para eleição municipal. Santos tem cortejado os peemedebistas, onde tem relativo trânsito, com o que eles mais gostam: cargos no Governo. No caso, duas secretarias novinhas em folha para o partido.