O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito José Serra, cotados para disputar a eleição presidencial no ano que vem pelo PSDB, aproveitaram a vistoria de um sistema de bombas de drenagem de águas instalado na Marginal do Rio Tietê, na capital, para fazer um balanço negativo do governo federal.
Para o governador, o Brasil perdeu a oportunidade de crescer mais este ano. “O exemplo é o mundo voando e o Brasil agarrado ali no fundinho, sendo arrastado”, disse. Já o prefeito disse que “o terceiro ano do governo federal cristaliza o sentimento de decepção no País”.
Estradas
Alckmin condenou o decreto de emergência feito pelo governo para recuperar 10 mil quilômetros de estradas, o que permitirá realizar as obras sem licitação. “É falta de planejamento. O correto seria ter sido licitado as obras”, disse. “Agora na correria, depois de três anos, fazer obra sem licitação é uma coisa discutível.”
Ao contrário de Serra, Alckmin fez discurso de candidato à presidência. Disse que está “preparado e animado”. “O que o povo quer é saber como é que nós vamos resolver o grande problema dessas duas bolas de ferro amarradas na economia brasileira que é taxa de juros lá na estratosfera e carga tributária – como é que você sai disso.”
Atrás
Sempre insistindo que não está disposto a falar sobre a eleição do ano que vem, Serra atacou o governo do presidente Lula. “Hoje nós temos um governo federal sem rumo para o Brasil, vivendo atrás dos acontecimentos. Esta é a síntese”, disse.
Para ele, o Banco Central “exagerou na dose” ao deixar que a taxa de juros atingisse os patamares atuais. “O resultado foi a queda da economia muito além de todas as expectativas. Além disso, se sobrevalorizou o real exageradamente levando a desemprego em muitas regiões do país.”