Os advogados Jiuvani Leal e Danilo Militão concederam coletiva representando a defesa da servidora pública e da proprietária de uma empresa prestadora de serviços para prefeitura de Sorriso, que estão sendo acusadas de envolvimento em pagamentos ilegais de nota fiscais de serviços na área de saúde, executados pelo município por ordens judiciais, na secretaria de Saúde. A defesa declarou que ambas estão à disposição para prestar esclarecimentos.
“Das informações que foram trazidas para imprensa das coletivas realizadas, nós gostaríamos de afirmar que muito do que falado foi dito levianamente e muitas coisas é inverdade. Primeiro, veiculou que elas estariam foragidas e teriam ido embora e, isso não confere. Elas estão em Sorriso e desde o primeiro momento em que procuraram para fazer a defesa nós de imediato buscamos o Ministério Público e o GAECO, onde temos documentação que comprovam”. “Elas não se configuram como suspeitas ou indiciadas e sim como testemunhas. Nós comparecemos ao Ministério Público e elas se colocaram à disposição para ajudar nas investigações com tudo que foi dito e falado. Estão à disposição e não estão na posição de foragidas”.
Danilo detalhou de que forma supostamente ocorria as negociações. “Elas efetivamente não tinham autorização para fazer os pagamentos e havia todo um procedimento para que fosse feito esse pagamento de notas. Uma das pessoas trabalhava na condição de servidora contratada e havia solicitação que encaminhava para ela que fosse cumprida as determinações liminares. Ela não favoreceu uma empresa ou duas, ela encaminhava diversas cirurgias para diversas empresas e então não havia um favorecimento único para uma empresa. Havia orçamentos que eram encaminhados para essas empresas que apresentavam o menor preço”.
Ele destacou também que outros servidores também recebiam em mãos os documentos. “Elas solicitavam três orçamentos eram aprovados e isso era encaminhado para secretaria de Saúde com ofício, que era assinado pelo secretário de Saúde que levava para tesouraria da prefeitura. Era inspecionado, que não sei se levianamente ou uma irresponsabilidade se eram ou não conferidos. Passavam por diversos setores e servidores que tinham a competência de fazer essa conferência até que a tesouraria fosse realizar o pagamento”.
Jiuvani afirmou que é necessário aguardar o trabalho de apuração da Equipe de Repressão ao Crime Organizado. “O GAECO vai analisar e investigar para de fato no final do inquérito policial identificar se elas cometeram algo ilícito e qual foi o ilícito e se existe mais alguma pessoa envolvida e punir quem tiver que ser punido. Nesse momento elas estão dispostas a colaborar e é o que a defesa vem trazendo”.
O ex-secretário de Saéde, Luis Fabio Marchioro, que pediu desligamento do cargo, na última terça-feira, declarou que ele mesmo quem denunciou os pagamentos feitos de forma ilegal e que passariam de R$ 1 milhão. “É um caso que nós descobrimos. É bom que fique bem claro isso, que foi nós, eu que descobri e eu denunciei. Isso é um fato importante, não é a polícia ou Ministério Público que investigou ou denúncia de controladoria interna. Foi encontrada pela equipe da secretaria de Saúde um esquema de aqui dentro de duplicação de notas fiscais em pagamentos de ordens judiciais”, declarou anteriormente.