José Genoino renunciou neste sábado ao cargo de presidente nacional do PT antes mesmo da decisão do Diretório Nacional, que está reunido em São Paulo para definir a recomposição da Executiva Nacional. “Eu considero que não deveria continuar presidindo o PT. Faço isso com sentimento de dever cumprido”, afirmou.
Genoino tomou a decisão após uma série de escândalos envolvendo o nome do partido. A crise culminou ontem com a prisão do assessor parlamentar de seu irmão José Nobre Guimarães (PT), que tentava embarcar no aeroporto de Congonhas com R$ 200 mil em uma valise e US$ 100 mil presos ao corpo, na cueca.
José Genoino deixa presidência do PT
José Adalberto Vieira da Silva, 39, explicou à Polícia Federal que o dinheiro era pagamento de verduras que havia vendido na Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo).
O assessor petista foi preso no mesmo dia em que se discutiu, em reunião do Campo Majoritário do PT em São Paulo, o futuro de José Genoino na presidência do partido.
Genoino disse que só a partir do próximo mês terá que “cuidar da sua sobrevivência como cidadão”.
Após as denúncias do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de que congressistas aliados recebiam o que chamou de um “mensalão” do PT em troca de apoio a projetos do Executivo, o tesoureiro do partido, Delúbio Soares, e o secretário-geral, Silvio Pereira, já tinham pedido afastamento da legenda.
“Nós do PT não praticamos irregularidades. O PT não compra e nem paga deputados. A divisão no partido é só de idéias. Não é entre bons e maus”, disse Genoino ao renunciar.
Silvio Pereira foi acusado de intermediar a negociação de cargos no governo para viabilizar o suposto esquema do “mensalão”. Já o tesoureiro do PT é amigo do publicitário Marcos Valério –suposto operador do “mensalão”– e apontado por Jefferson como o articulador do esquema.
Os substitutos de José Genoino, do tesoureiro e do secretário-geral do PT devem ser definidos neste fim de semana