A greve na Polícia Civil, que passou ter 100% de adesão a partir de hoje, tem causado preocupação também para a justiça e o Ministério Público. Esta tarde, em Cuiabá, o presidente do Tribunal de Justiça, Rubens de Oliveira Santos Filho, e o procurador-geral de Justiça, Marcelo Ferra de Carvalho, estiveram reunidos com presidentes e dirigentes dos sindicatos dos Investigadores e Escrivães do Estado. Rubens e Ferra solicitaram as categorias para manterem as negociações e evitarem paralisação total (até ontem 30% do efetivo atendia nas delegacias mas agora praticamente todas as unidades estão prestar atendimentos). Os presidentes dos sindicatos expuseram suas reivindicações e disseram que vão refletir sobre a paralisação total, sendo que deixaram evidenciada a disposição de negociar. A paralisação completou 64 dias hoje
Os sindicalistas ficaram irritados com o posicionamento do governo estadual em cortar o ponto (desconto em salários) dos investigadores e escrivães, além de recolher suas armas se não voltarem ao trabalho em 24h. Ferra e Rubens também participaram da reunião com Silval Barbosa e a cúpula da polícia. O procurador-Geral de Justiça afirmou que “a permanência da greve não traz benefício ao Poder Executivo, as categorias envolvidas e principalmente a sociedade mato-grossense, sendo necessária uma célere solução da questão”.
Eles debateram a nova proposta do governo estadual, rejeitada nesta 5ª em assembleia geral. O MP e o tribunal estão abertos para eventual intermediação das negociações.
A proposta recusada previa aumento de 4% neste ano e reajuste entre classes de 1,5%. Para ano que vem, o aumento seria de mais 10%. Em 2013 será aplicado outros 10%. Para 2014, seriam dois ajustes: 20% em maio e mais 30% em novembro, passando o salário inicial de 2.365 para R$ 3,9 mil. Os policiais querem salário inicial de R$ 3,5 mil ainda este ano.
Os sindicatos de escrivães e policiais querem também que, além do aumento proposto pelo governo, seja aplicado o índice do INPC (este ano foi de 6,47%) nos reajustes a serem concedidos do ano que vem até 2014. O governo não aceita.
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