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Traficante internacional que comercializava drogas em Mato Grosso é preso

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Naturalizado brasileiro, um ex-agente da unidade antidrogas dos Estados Unidos foi preso ontem, ao desembarcar no Brasil, depois de cumprir pena em Miami por narcotráfico internacional.
     
Paul Lir Alexander, 49, apontado pela Polícia Federal como um dos maiores traficantes de cocaína do Brasil, foi recebido em Belo Horizonte por investigadores que cumpriam mandado de prisão temporária contra ele.
O processo de Alexander no Brasil estava suspenso até seu retorno ao país. Agora, a Justiça marcará a data para seu julgamento sob acusação de tráfico internacional, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e associação para o tráfico de drogas.
     
Segundo a PF, a quadrilha dele fez conexões com os presos Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e Leonardo Dias de Mendonça, o Léo Pequeno, para o envio de drogas da Colômbia para os EUA através do Brasil.
Alexander foi preso em 1993, em Miami, enquanto preparava o envio de 900 kg de cocaína para os EUA. Conseguiu a liberdade condicional e voltou ontem ao Brasil.
     
Mesmo com ele preso, sua organização continuou efetuando remessas de cocaína para os EUA através de navios. Entre 1997 e 1999, a PF apreendeu 3,3 toneladas da droga e 24 aeronaves da organização. Nos EUA, em Miami e Nova Jersey, policiais americanos apreenderam, no mesmo período, 1,5 tonelada de cocaína da quadrilha.
     
Paul Lir marcava a droga com a expressão “fortuna” e a mandava dentro de transformadores de energia. Em 18 de janeiro deste ano, o STF (Supremo Tribunal Federal) negou pedido de habeas corpus de seus advogados.
     
Ex-agente da DEA (agência antidrogas norte-americana), Paul Lir conheceu os bastidores do narcotráfico e passou para o lado dos criminosos no final dos anos 80. No Brasil, ficou milionário. Passava-se por empresário.
     
Segundo relatório enviado em 1999 pelo delegado federal Getúlio Bezerra, hoje diretor de Combate ao Crime Organizado da PF, à CPI do Narcotráfico, a organização de Paul Lir atuava em seis Estados: Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Roraima e São Paulo. Suas conexões chegavam à Guiana Francesa e ao Suriname.  Imóveis que pertenceriam à organização foram apreendidos e estão à disposição da Justiça.
     

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