O soldado da Polícia Militar Cleber dos Santos Souza foi indiciado por homicídio culposo (sem intenção), por ter ficado comprovado que foi da arma dele que saiu o tiro que matou o menor Luiz Henrique Bulhões, 13, durante a simulação da Polícia Militar realizada em Rondonópolis, em maio deste ano. No inquérito policial, o delegado de Rondonópolis, João Pessoa, indiciou ainda o 1º tenente PM Gyancarlos Cabelho por fraude processual, por entender que foi responsabilidade dele a alteração da cena do crime.
Já no inquérito policial militar (IPM), o tenente-coronel Sampaio vai indiciar quatro pessoas. Além de Cleber e Gyancarlos, também serão indiciados o tenente-coronel Wilkerson Felizardo Sandes e o capitão Hender Ulisses Garcia, também por responsabilização na mudança do local do crime. No IPM, além de responder por homicídio culposo, o soldado Cleber vai ser indiciado ainda por lesões corporais, uma vez que nove pessoas foram atingidas, e lesão contra outro militar, além de dano ao patrimônio público.O delegado começou a relatar o inquérito ontem e encaminha na próxima terça-feira para a justiça de Rondonópolis. “Com relação a conduta dos superiores, são fatos que têm que ser apurados administrativamente”.
O laudo da reconstituição da simulação, que aconteceu no dia 8 de novembro, foi entregue oficialmente ontem pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec). Fraude processual – Logo após Luiz Henrique ser atingido, e outras nove pessoas ficarem feridas, o ônibus, onde ocorria a simulação de um sequestro, foi retirado do local, assim como outras provas. O delegado afirma que se a cena não tivesse sido alterada, dificultando a ação da polícia e dos peritos, o inquérito teria sido concluído há muito mais tempo.