O presidente em exercício do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Cida Cortez, e a secretária geral, Marli Keller, concederam entrevista coletiva à imprensa, hoje, 15 de dezembro, na nova sede da entidade, para falar sobre o pagamento dos professores substitutos. As sindicalistas afirmaram que o Executivo não tem desculpas para deixar de pagar os salários dos mais de três mil profissionais que estão sem receber há vários meses. Segundo as diretoras do sindicato, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) descumpriu a ordem judicial e agora dificulta o pagamento.
“A Secretaria tem instrumentos para regularizar essa situação. O que falta é vontade política”, diz Cida, lembrando que o fato do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter declarado que as contratações em período eleitoral foram ilegais não impede que o governo estadual, por meio da Seduc, pague os trabalhadores pelos serviços prestados quando substituíram professores efetivos em licença médica, maternidade, férias e outras situações.
Inez Cristina de Oliveira, de Várzea Grande, fez substituição de licença maternidade, de julho a 31 de outubro, nas disciplinas de Língua Portuguesa e Inglesa, e está à espera do dinheiro. “Essa situação já me causou sérios problemas financeiros. Fiz um planejamento e estou impedida de cumprir”, sublinha a professora.
Para a presidente em exercício do Sintep-MT, o drama vivido por Inez tem atingido o restante dos profissionais que estão experimentando essa situação. “Mesmo sem receber a maioria não abandonou o serviço porque sabe perfeitamente que a educação é muito importante. O triste nessa história é que mais uma vez o governo não priorizou o ensino”, frisa Cida.
Ela espera agora que o Executivo cumpra a promessa anunciada hoje pela manhã, durante reunião com a direção do Sintep-MT, de pagar os salários até 22 de dezembro. No encontro do sindicato com a secretária de Educação, Ana Carla Muniz, o procurador-geral do Estado, João Virgilio Sobrinho, garantiu que esse caso vai ser solucionado na próxima semana. “Esses profissionais não podem continuar sofrendo pelo erro da secretaria que não encaminhou a publicação dos contratos no tempo certo”, assegura Marli.
Os trabalhadores da educação estarão de prontidão, aguardando uma solução efetiva para o problema. Estão previstas mobilizações em vários municípios. Na próxima segunda-feira (18), no período matutino, Rondonópolis e Várzea Grande realizam uma série de atividades.