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Sinop: marido ‘arrependido’ confessa assassinato de esposa e diz que a enterrou em casa

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Só Notícias/David Murba (foto: Só Notícias/Guilherme Araujo - atualizada 16:57h)

A Polícia Civil confirmou ao Só Notícias que Jairo Narcísico da Silva, 64 anos, compareceu à delegacia e confessou o assassinato da esposa, Luzineide Leal, 28 anos, considerada desaparecida desde 1994.  Ele teria desferido golpes de barra de ferro na cabeça dela enquanto dormia e que teria enterrado ela no banheiro da casa (que estava sendo construído no quarto) no Jardim das Palmeiras. A alegação é que cometeu o crime por ciúmes

O delegado Ugo Ângelo Reck de Mendonça (foto) disse, há pouco, em entrevista coletiva, que Luzineide trabalhava “e ele tinha ciúmes porque ela gostava de festas, de sair, alguma coisa nesse sentido e  que “ele fez um boletim de ocorrência na época. Conseguimos localizar nos arquivos, boletim original escrito a mão, onde ele narra um desaparecimento e cita que a esposa teria fugido com um amante e que não teria conhecimento para onde ela teria ido. Mentiu esses anos todos para os filhos. Ele teve uma filha com ela de 5 anos e tinha um só dela de 8 anos. Alguns parentes dela estavam na casa no dia, mas ninguém ouviu nada porque foi de madrugada, provavelmente a casa deve ter um tamanho razoável e como ele matou ela em cima da cama, praticamente não fez barulho. Ele estava construindo um banheiro, no quarto, possivelmente foi ali que enterrou o corpo”.

Ainda de acordo com o delegado Ugo, também foi ouvido o “atual proprietário que confirma que comprou essa casa dele na época. Várias informações estão coincidindo, o que leva a crer que realmente o corpo de vítima esteja no local. Precisamos de uma autorização judicial para entrar e começar a escavar. Ele disse que enterrou ela com joias e documentos para simular a fuga com o suposto amante, ou seja, tudo premeditado”, acrescenta.

Jairo disse para a polícia que “foi justamente porque a consciência dele teria pesado e confessou. Falamos que demorou bastante para pesar. Não sei se ele foi orientado que possivelmente teria prescrito o crime de homicídio. Não duvido disso”afirmou o delegado. “Não justifica o crime, infelizmente lamentável. No entanto, como já tem mais de 20 anos, o prazo de prescrição penal máximo é de 20 anos. Como tem quase 25 anos, acho que a chance desse homicídio estar prescrito é bem grande. No meu entendimento o crime de ocultação de cadáver ainda restaria para ser apurado. Porque seria um crime permanente. Como só agora esse corpo vai ser identificado, que ainda não localizamos, entendo que pelo menos pela ocultação ainda pode responder”. “Infelizmente, está em liberdade”, declarou. “Enfim, pelo menos ela vai ter um enterro decente e a verdade vai vir à tona para família”, concluiu.

Um irmão de Luzineide disse, ao SBT Comunidade, que o marido a matou com um pé de cabra e a enterrou no ‘banheiro da residência’ e à época chegou a registrar boletim de ocorrência alegando abandono de lar. “Após ocorrer o crime, ele trabalhava em uma churrascaria, minha (outra) irmã me avisou (do desaparecimento) e eu vim para acompanhar o que estava acontecendo. Ela foi na churrascaria perguntar a opinião dele (marido), se era para registrar um boletim de ocorrência ou não. Ele falou que ficava a critério dela”, contou. A família decidiu procurar a polícia para comunicar o desaparecido, entretanto, descobriu que o suspeito já tinha denunciando o caso, como abandono de lar.

O irmão contou que no dia do crime Luzineide foi a escola, à noite, retornou e foi para o quarto. Posteriormente, o suspeito chegou perguntando por ela. “Ela chegou em casa, tomou banho, passou de quarto em quarto dando boa noite para minhas irmãs e entrou no quarto para dormir. Aí esse indivíduo, o horário dele chegar era às 2h da manhã, chegou batendo na parte de fora das janelas desesperado, já pedindo da minha irmã. Minhas irmãs falaram que estava dormindo. Aí quando entrou não tinha mais ninguém no quarto”.

O irmão ainda afirmou que vai “no Ministério Público e alguém tem que me falar alguma coisa. Se é assim mesmo, se acabou não vou mais atrás e se existir alguma esperança eu vou atrás. Porque a justiça tem que ser feita”. “Que justiça é essa meu Deus ?”.

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