O delegado de Polícia Civil em Sinop, Sérgio Ribeiro Araújo, disse que a participação da população indicando para a polícia suspeito de envolvimento em tráfico tem ajudado a prender mais traficantes e apreender mais drogas. Nos últimos 3 dias foram cerca de 38kg. “Se não fossem as denúncias, o resultado final dessas operações seria quase impossível, se levarmos em conta a falta de alternativas para levar a prisão os traficantes ou de combater em campo diretamente esse crime. As autoridades veem como entrave o fato que apenas uma pequena quantia é apreendida, chamada de “droga de consumo”, parte consumida no Estado e no país. O contingente de usuários também já é considerável e fomenta cada vez mais o tráfico e a comercialização de todo tipo de droga”, avaliou, em entrevista ao Só Notícias.
O delegado acha que Mato Grosso não é considerado um estado produtor de entorpecente. Entretanto, reafirma a necessidade de se fiscalizar as fronteiras cuja responsabilidade é do governo federal. “Se a maconha vem do Paraguai e outro tipo droga, por exemplo, a pasta base de cocaína e o crack, produzidos na Bolívia, as fronteiras apresentam falhas graves para no combate ao tráfico”, expôs.
Ele diz que Mato Grosso vem fazendo sua parte pelas polícias Civil e Militar, mesmo tendo número mínimo de efetivo. E conclui: “Esse crime é para os traficantes uma atividade lucrativa e que pode gerar um lucro de mais de R$ 500 mil/mês. Combate ao tráfico de drogas é de responsabilidade do Governo Federal”, diz Sergio.
Ele questionou o envolvimento de menores na maioria dos casos registrados, que envolve o tráfico de drogas. “O adolescente infrator, muitas vezes, é usado pelo traficante e pelos grandes criminosos. O primeiro contato geralmente parte de dentro dos presídios e dificilmente existe fiscalização. Os conhecidos “mulas do tráfico” – que trazem a droga geralmente da fronteira e a maioria é menores”.