A atividade de inteligência é considerada pelos organismos de segurança como vital para o serviço policial. Para conseguir agregar produção de conhecimento com uso de tecnologia, a atual estrutura do serviço de inteligência da Polícia Civil de Mato Grosso foi ampliada no novo Estatuto da Instituição, Lei Complementar 407, de 30 de junho de 2010. De gerência, o setor foi elevado à diretoria com subdivisões em coordenadorias e gerências.
A estruturação do serviço já vem ocorrendo há alguns anos, destaca o diretor de inteligência da Polícia Civil, delegado Anderson Aparecido dos Anjos Garcia. A pequena sala sediada no 5º andar da sede da Diretoria Geral já tomou conta de quase todo o andar.
Conforme Garcia, o carro-chefe do setor é a inteligência policial, um instrumento de assessoramento na formação de provas qualificadas para a investigação criminal, que atua no estudo e compreensão de fatos criminógenos. “É a atividade fim da Polícia Judiciária Civil, a elucidação da autoria e da materialidade”, explica. “Não podemos distanciar desse assessoramento às unidades”, afirma.
Por outro lado, assevera o delegado, a Inteligência precisa também se preocupar com as questões institucionais, com a segurança orgânica e ativa, e produzir conhecimento em nível estratégico, para subsidiar os gestores na tomada de decisões em relação aos problemas da criminalidade e a questões administrativas.
A Diretoria de Inteligência conta com 28 policiais e está estruturada em duas coordenadorias e seis gerências. A Coordenadoria de Inteligência tem sob sua responsabilidade as Gerências de Inteligência Policial (GIP), Inteligência Estratégica (GIE), Operações (GOP) e de Contra Inteligência. Já a Coordenadoria de Inteligência Tecnológica cuidará da Gerência de Apoio Tecnológico e da Gerência Especializada em Crimes de Alta Tecnologia (Gecat), criada para investigar e auxiliar as delegacias nas ocorrências de crimes praticados por meio de informática, internet ou outro recurso tecnológico. A Gecat está em fase de aquisição de equipamentos e capacitação dos servidores.
Para o delegado geral da Polícia Civil, Paulo Rubens Vilela, a reestruturação trouxe um incremento na estrutura da PJC e vai dar mais suporte as investigações policiais tanto na capital quanto no interior, principalmente em relação aos crimes de tráfico de drogas, roubos de banco, de veículos e outros, perpetrados pela ação de organizações criminosas.
Um dos desafios da recém-criada Diretoria e da própria Polícia é conseguir implementar uma mudança de cultura, para sair da investigação tradicional e entrar no modelo tecnológico de investigação criminal. A transformação começa com a criação dos núcleos de inteligência – hoje uma realidade -, do sistema de inteligência (Sintel) e a capacitação policial.
Outro avanço da atividade se conseguirá com a implantação do projeto “Geia”, um grande sistema de rede de dados integrados da Polícia Judiciária Civil, capaz de processar informações, filtrar, analisar, vincular bases de dados, dentre outras. “Isso para a análise criminal, para a investigação é fundamental, principalmente para os crimes complexos”, afirma o delegado Anderson Garcia.
“O assessoramento com tecnologia é a evolução da atividade de inteligência”, afirma. “Mudando a metodologia teremos uma Instituição forte para atuar em prol da sociedade”, finalizou o diretor de inteligência.
A atividade de inteligência objetiva a obtenção, análise e produção de conhecimentos de interesse da segurança pública, que podem ser usados tanto na prevenção quanto na repressão ao crime.