O servidor do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) do Estado, Genoíno Magalhães Soriano, detido hoje, na operação Terra Prometida, da Polícia Federal, negou qualquer envolvimento com o caso de fraudes e grilagem de terras, no município de Itanhangá. Ele alega que a sua função não lhe dava competência para analisar assentamentos. O advogado do engenheiro agrimensor, José Toledo Piva, afirmou que Genoíno não trabalhou nesse assentamento em Itanhangá. "No depoimento que ele deu ao delegado, foi bem claro dizendo que nunca teve trabalho de ofício de agrimensura. Nessa região especificamente ele não participou", esclareceu.
Toledo disse que não tem conhecimento do inquérito e que precisa saber o que há de indícios contra Genoíno para poder se posicionar. O defensor ainda ressaltou que está indo ao município de Diamantino (Médio Norte) e de onde partiram as ordens de prisão da justiça federal para saber mais sobre o processo e adiantou que pedirá o relaxamento da prisão de seu cliente.
Estão sendo cumpridos 52 mandados de prisão preventiva, 146 mandados de busca e apreensão e 29 de medidas proibitivas, nos municípios de Cuiabá, Várzea Grande, Nova Mutum, Diamantino, Lucas do Rio Verde, Itanhangá, Ipiranga do Norte, Sorriso, Tapurah e Campo Verde. Há investigados também nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal de Diamantino.
Estima-se que mil lotes da União estejam em situação ilegal e os prejuízo aos cofres públicos podem alcançar R$ 1 bilhão.
A investigação apurou que o grupo criminoso, formado por fazendeiros, empresários e grupos do agronegócio, procurava obter uma verdadeira “reconcentração fundiária” de terras da União que haviam sido destinadas à reforma agrária. Com ações ardilosas, uso da força física e até de armas, compravam a baixo preço ou invadiam essas áreas.