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Seguranças negam crime de shopping em juízo

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Os seguranças Ednaldo Rodrigues Belo, Valdenor Moraes e Jorge Dourado Neri voltaram atrás e inocentaram Jefferson Luiz Lima Medeiros das agressões que mataram Reginaldo Donnan dos Santos Queiroz dentro da sala de segurança do Shopping Goiabeiras. Os 4 réus foram ouvidos pela juíza Maria Aparecida Ferreira Fago, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, e sustentaram que a vítima se feriu ao cair na escada, além de ter tentado contra a vida de Belo e Medeiros com um estilete.

Para o promotor João Augusto Gadelha a versão é uma estratégia da defesa de Medeiros para inocentá-lo, usando e até mesmo comprometendo os depoimentos dos outros seguranças. Embora Belo, Valdenor e Jorge tenham voltado atrás sobre as afirmações feitas na fase processual, quando declararam que Medeiros e Belo haviam espancado Donnan, o promotor acredita que os 4 serão levados a júri popular.

Gadelha taxou Medeiros como "psicopata", de fácil comunicação, "que apresenta respostas para todas as contradições".

À delegada Ana Cristina Feldner, Belo, Valdenor e Jorge relataram a sessão de torturas protagonizada por Medeiros, com a participação de Belo, além de vários xingamentos e humilhações contra Reginaldo. Ontem, eles afirmaram que foram coagidos a fazer as declarações.

Os depoimentos dos réus coincidiram na maior parte das afirmações e a maioria das contradições foi apresentada por Medeiros. O primeiro a falar com a juíza foi Belo, que relatou ter chegado ao Goiabeiras às 19h para assumir o plantão e ficou sabendo por Valdenor que um suspeito estava dentro da Beto Sports. Diz que foi ao local, junto com Medeiros, abordaram Reginaldo que empurrou o último segurança, sofrendo uma chave de braço. Segundo Belo, a vítima gritava muito e a todo momento falava que processaria o shopping. Como se debatia, caiu em 2 momentos na escada.

Ele acionou Jorge para ajudar na imobilização e em seguida apareceu o garçom Bruno Machado que também auxiliou na condução de Reginaldo. Ao entrar na sala foi pedido ao Valdenor para chamar a Polícia. Belo diz que em um momento de distração, Reginaldo sacou um estilete do bolso ou cintura, ameaçando ele e Medeiros, que segurou no braço da vítima para largar a arma. Em seu depoimento, Medeiros conta uma versão diferente sobre o estilete. Afirma que Reginaldo teria tentado atacar Belo, mas conseguiu salvá-lo.

Sobre o sangue encontrado na sala de segurança, todos afirmaram que Reginaldo limpou o nariz, supostamente por ter se machucado nas escadas, e passava a mão nas paredes, além de cuspir sangue pela sala. Todos os réus garantiram que a vítima reclamava de dor no nariz e falava quando foi colocado dentro do contêiner para ser levado ao camburão da Polícia Militar.

Belo falou que não havia cadeira de rodas para transportar Reginaldo, por isso optaram pelo contêiner, enquanto Medeiros falou que a medida foi tomada porque a vítima estava envergonhada por estar algemada. Sobre as imagens de Reginaldo agonizando dentro do camburão no Pronto-Socorro, Belo afirmou que gravou com o celular para provar que a vítima havia chegado bem e com vida ao hospital.

Jorge foi o segundo a depor. Ele não participou das agressões, mas também não impediu. Ele garantiu que viu Reginaldo cair 2 vezes na escada e foi chamado pelo rádio para ajudar na imobilização da vítima, saindo da sala de segurança a pedido de Belo, enquanto Reginaldo gritava que queria sair. Jorge afirma que não segurou a porta ou impediu que outros funcionários entrassem. O segurança ajudou a colocar o contêiner na vertical para que os colegas colocassem Reginaldo.

Embora afirme ter visto muito pouco do ocorrido, Valdenor, que estava dentro da sala de segurança, revelou que não presenciou as agressões, mas ouviu vários barulhos similares a pancadas nas paredes e balcão. A revelação de que a cabeça de Reginaldo "fazia tabela com a parede" foi uma forma, segundo Valdenor, de se livrar da prisão e parar de ser coagido.

Durante todo depoimento, Medeiros falou sobre os cuidados que tiveram para garantir a integridade física de Reginaldo, que era a principal preocupação. Só Medeiros disse ser amigo dos outros seguranças, que garantiram ser apenas colegas de trabalho. Ele e Belo garantiram que em momento algum mostraram a ascensorista do elevador Reginaldo desfalecido no contêiner.

 

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