Uma carreta tomada de assalto em Jaciara (Sul, a 145 km de Cuiabá), no último domingo (22), quando um motorista ficou como refém, amarrado em um cativeiro por mais de 12 horas, foi apreendida em Cuiabá. Foi através dela que a Polícia Militar começou a desbaratar uma quadrilha de roubo e receptação, cujo líder pode ser um grande empresário, dono de uma fectoring e membro de uma família tradicional em Cuiabá.
O motorista da carreta placa NBJ-9410, de Cacoal (RO), Cláudio Pereira de Souza, 35, que chegou à Cuiabá na noite de ontem, conta que foi assaltado na rotatória de Jaciara por volta das 18 horas de domingo. |Diz ainda que ficou mais de 12 horas amarrado em um matagal e vigiado por um bandido nas imediações da Pensão Seca, às margens da BR-364, a cerca de 50 km de Cuiabá, de onde foi liberado por volta das 7 horas de segunda-feira (23).
A carreta, segundo ainda Souza, vinha de Sabará, no interior de Minas Gerais com uma carga de arame de mais de 30 toneladas, que seria descarregada nas cidades de Vilhena e Ji-paraná, em Rondônia.
“Encontramos dentro da carreta, cinco litros de álcool, isso significa que a pessoa não iria entregar a carreta na estrada do Aricá conforme disse à Polícia. A carreta seria incendiada e destruída”, comentou o empresário Clóvis Camargo da Rocha, 45, dono da carreta.
Parte da carga foi encontrada ontem, no final da tarde, no depósito da empresa Rodovisa, no Distrito Industrial, em Cuiabá. A outra parte da carga foi levada para um depósito na cidade de Mirassol D’Oeste, a 300 km da Capital.
A quadrilha começou a ser desmontada coma prisão do “cabriteiro” -motorista pago para dirigir carros roubados -, Edson José da Silva, 39, preso pela Polícia Militar na manhã ontem. A carreta, já vazia, estava transitando pela estrada que dá acesso ao Distrito de Aricá, na zona rural de Cuiabá.
Preso, Edson contou que toda a carga de mais de 30 toneladas de arame da carreta estava no depósito da Rodovisa, e que foi deixada lá por ordens do “chefe”. Quando a Polícia Chegou lá, metade do carregamento já havia sito retirada em outro caminhão e levada ara Mirassol D’Oeste.
Questionados pela Polícia, o dono da Rodovisa e um dos seus empregados confirmaram que a carga foi deixada lá por solicitação de um empresário. Tanto é verdade, que quando a carreta chegou à empresa, o encarregado ligou para o patrão, que por sua vez ligou para o empresário, confirmando o pedido dele para guardar o carregamento de arame.
Das pelo menos cinco pessoas citadas durante o auto de flagrante, entre elas o empresário acusado como líder de uma suposta quadrilha, apenas o “cabriteiro” Edson José da Silva foi preso e autuado em flagrante em crime de receptação de mercadorias roubadas, já que não foi reconhecido como um dos assaltantes