Uma reportagem denunciando as condições insalubres e a superlotação da Cadeia Pública local que tem capacidade para 120 presos e estava com 300, publicada na edição de domingo (20), do Jornal A TRIBUNA, produziu resultados e a Justiça determinou esta semana o esvaziamento da unidade local e a remoção de pelo menos 62 presos para a Penitenciária Regional da Mata Grande.
A primeira leva de 12 presos com condenação foi feita na segunda-feira (21) e ontem, por volta das 14h40, mais 50 presos provisórios que aguardam uma definição da Justiça foram transferidos num coletivo da empresa Cidade de Pedra, sob um forte esquema de segurança da Polícia Militar, que utilizou várias guarnições do Moto Garra e da Força Tática.
De acordo com o diretor da cadeia, Gilberto Luiz Inácio, a transferência foi autorizada pelo juiz da 4ª Vara Criminal e Vara de Execuções Penais, Wladymir Perri. Os presos que já possuíam condenação foram distribuídos no convívio normal entre os demais reeducandos da Mata Grande.
No entanto, os demais 50 presos transferidos ontem foram colocados numa área específica do Raio III, reservada aos presos provisórios da Cadeia Pública.
“Essa transferência vem em boa hora e vai facilitar o convívio na unidade, pois vai desafogar a cadeia que estava superlotada”, explicou o diretor.
A matéria do A TRIBUNA revelou uma situação preocupante que vem se arrastando há muito tempo: que é a superlotação, as instalações inadequadas, a promiscuidade do convívio de presos com doenças contagiosas, como tuberculose e aids, misturados aos demais.
Sem contar as péssimas condições de conservação da estrutura que apresenta infiltrações, iluminação precária, abastecimento de água irregular e condições sanitárias preocupantes e degradantes.
Autoridades do setor de segurança pública anunciaram há algum tempo a desativação da unidade e a construção de um espaço adequado para abrigar a Cadeia Pública num terreno específico localizado ao lado da Penitenciária da Mata Grande.
Porém, hoje em dia ninguém mais fala sobre o assunto, que se agrava e se arrasta há vários anos sem uma solução.
Por isso, essa ação paliativa vai resolver temporariamente a situação, enquanto uma solução definitiva não chega.