A reconstituição da morte de Genuir de Barros, 67 anos, e do filho, Marcelo de Barros, 37 anos, na comunidade Sede Velha, em Terra Nova do Norte (154 quilômetros de Sinop), foi realizada ontem à tarde e durou cerca de cinco horas, segundo informou o delegado Getúlio Daniel. A acusada Bruna Tatiane Evangelista Felski, de 26 anos, suspeita de atirar em Genuir e Marcelo, não participou. O crime ocorreu no dia 29 de outubro do ano passado.
Segundo o delegado, a reprodução simulada tem como objetivo esclarecer pontos específicos de como ocorreram os fatos, “esclarecendo assim as condutas daqueles que possuem relação aos crimes ocorridos, apresentando uma investigação eficiente e de alta qualidade”, revelou. Bruna estava grávida de 8 meses no dia dos fatos e responde em liberdade.
A Polícia Civil agora aguarda a entrega dos laudos periciais, onde será finalizado o inquérito policial e encaminhado ao Poder Judiciário e ao Ministério Público para que possa ser iniciado a ação penal e “responsabilizar os suspeitos pelos crimes ocorridos conforme sua culpabilidade.”
Conforme Só Notícias já informou, a época dos fatos, após se apresentar fora do flagrante, em depoimento que durou cerca de quatro horas, Bruna alegou que atirou para “defender sua vida e do filho”. Sua defesa manifestou que, “a partir do momento em que descobriu as traições do marido com a mulher (suposta amante) vinha tentando restaurar sua família, já que ele se mostrou arrependido”. Bruna revelou que, “ao passar em frente à casa da mulher (suposta amante), pode ver seu pai sentado em frente à residência, onde parou juntamente com sua mãe para lhe pedir para falar para a mulher parar de enviar mensagens a seu esposo, pois está gestante e tentando reconstruir sua família”.
Segundo Bruna, a mãe da mulher “saiu bastante alterada de dentro da casa, proferindo palavrões e ofensas contra ela e iniciou uma discussão no sentido de defender a filha”. “Que após o esposo ter sido comunicado pela mulher que Bruna estava em sua casa, este apareceu no local junto com o pai de Bruna”, aponta a defesa. “Quando todos já estavam entrando em seus veículos para irem embora, o irmão da mulher (Marcelo de Barros) saiu bastante exaltado e agressivo”, teria agredido a mãe de Bruna e, em seguida, o pai.
A defesa também aponta que Bruna foi ao carro de seu esposo, temendo por sua vida e pela vida de seu pai, pegou “a pistola do marido e disparou contra o irmão da suposta amante. De imediato, o pai de Marcelo, vai em direção a Bruna, que, para defender sua vida e a vida de seu filho, dispara”. Em seguida, ela relata que soltou a arma no chão, quando começou a ser agredida pela mulher que estaria tendo o caso com seu marido, onde derruba Bruna no chão e sobe em sua barriga, fazendo quase desmaiar, quando então seus pais retiram a mulher de cima de Bruna, entram no veículo com Bruna e saem do local”, acrescenta a defesa da investigada.
Conforme os boletins da Polícia Militar e Polícia Civil registrados no dia do crime, a filha de Genuir e irmã de Marcelo, contou que o duplo homicídio ocorreu por “ciúmes” da suspeita de efetuar os disparos, já que ela (testemunha e familiar das vítimas) teria tido um caso com o marido da atiradora, mas, que segunda ela, estava separado da esposa na época. Entretanto, no sábado, a suspeita acompanhada da mãe chegou na casa das vítimas a procura da mulher, quando houve e discussão.
Em seguida, conforme versão da testemunha, o pai e marido da acusada foi até o local, e o chamaram para ir embora. Entretanto, a mulher foi até a caminhonete do marido, pegou uma pistola calibre 380 e efetuou três disparos contra Marcelo. Genuir tentou evitar, mas também acabou baleado.
O marido dela conseguiu tirar a arma em seguida. Depois, a suspeita de atirar acompanhada de sua mãe começaram a agredir a filha de Genuir. O pai da atiradora ainda desferiu “pranchadas de facão” nela, conforme ainda o registro da polícia. O marido da mulher, acompanhado da testemunha, socorreu Marcelo até o hospital e, em seguida, teria fugido.
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