Quatro homicídios aconteceram entre a noite de sexta-feira e a manhã de sábado (em um intervalo de apenas 9 horas) em Cuiabá. Todas as vítimas são homens e as motivações são diversas, desde discussão em bares, envolvimento com drogas, passional, até preconceito, sendo que o último deles, contra um rapaz homossexual que não foi identificado até o fechamento desta edição, aconteceu num motel no bairro Ouro Fino, e os assassinos confessaram o crime.
Dentro da viatura da Polícia Militar, os irmãos Adriano Almeida da Cruz, 21, e Delcino Almeida da Cruz, 24, deram detalhes de como aconteceu o crime. Contaram que estavam em um bar no bairro CPA 1, em frente ao terminal, quando o rapaz começou a paquerar Adriano, chegando a sentar na mesma mesa que os irmãos.
Durante a conversa, a vítima disse aos rapazes que havia uma mulher esperando no motel, e propôs que os 3 fossem encontrá-la. Pediram um táxi e foram até o local. Ao chegarem no quarto, Adriano e Delcino questionaram o rapaz quanto a proposta da mulher. "Ele disse "a mulher sou eu" e começou a apalpar meu irmão", contou Delcino. Como os irmãos não quiseram manter relação sexual com o rapaz, ele teria começado a xingar Adriano, que é albino, de "branquicela, ratazana e leite azedo".
Depois disso, Delcino contou que ambos deram início a uma sessão de espancamento, com chutes e murros, principalmente na cabeça. Só pararam a agressão quando o rapaz caiu no chão. "Não sabia que ele tinha morrido", alegou. Em seguida, a dupla saiu correndo pelo bairro.
Ao ver a movimentação, uma funcionária do motel acionou a Polícia Militar, que encontrou os 2 em uma casa abandonada. Delcino e Adriano negam que tenham agido com preconceito devido ao rapaz ser homossexual. Alegam que só espancaram a vítima diante da atitude dela por Adriano ser albino. "Desde pequeno venho sofrendo demais com esse preconceito", justificou Adriano. "A gente tinha bebido demais", completou o irmão, ainda dentro da viatura.
A delegada Anaíde Barros, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), diz que o caso está esclarecido.