O juiz federal Paulo Cézar Sodré considera que, se o delegado Marcio Pieroni e o empresário Josino Guimarães não fossem presos, “na iminência do Tribunal do Júri, há sérios riscos deles reproduzirem os fatos, até então lhes imputados, provocando abalo à ordem pública, afetando a credibilidade do poder judiciário, bem assim acarretar graves malefícios à instrução processual, como bem já exaustivamente fundamentado”. Os dois foram presos hoje, em Cuiabá, conforme Só Notícias já informou, acusados de fraudes no inquérito policial no qual Josino é investigado como mandante da execução do juiz Leopoldino Marques do Amaral. As fraudes teria ocorrido para que o empresário fosse beneficiado. O juiz acatou a denúncia do Ministério Público Federl apontando que houve “montagem de um simulacro de investigação paralela comandada pelo delegado Pieroni para tentar levantar suspeitas das provas que subsidiam o processo judicial, em trâmite na Justiça Federal, no qual Josino Pereira Guimarães será julgado em breve por um júri popular pelo assassinato do juiz Leopoldino”, que ocorreu em 1999 (seu corpo foi encontrado no Paraguai).
O magistrado sentenciou ainda que, “não bastassem os atos já praticados, de acordo com a representação ministerial, não se pode olvidar, que Márcio Pieroni, é Delegado de Policia Civil, e conforme por ele mesmo dito, em seu depoimento perante a autoridade policial, no Inquérito Policial, já exerceu todos os cargos relevantes na Polícia Civil de Mato Grosso, inclusive o de Diretor Geral, o que demonstra o grau elevado de poder que possui. Tal poder, em permanecendo o correu em liberdade, pode ser utilizado em prejuízo da instrução processual, bem assim contribuindo para abalar a ordem pública. Já Josino Pereira Guimarães, empresário, e acusado no processo no qual é réu e será levado ao Tribunal do Júri), detém poder e influência econômica, como já bem demonstrado não só pelas condutas imputadas a si e a Márcio Pieroni, para influenciar e prejudicar a instrução processual, bem como para produzir abalo à ordem pública”.
Josino está preso em uma cela comum, em Rondonópolis, onde foi localizado pelos policiais federais. O local onde Josino está não foi confirmado
Outro lado
Sebastião Monteiro, advogado do delegado Marcio Pieroni, considerou que a prisão “foi ilegal”. Ele também considerou que a investigação conduzida por Pieroni, sobre o assassinato do juiz Leopoldino Marques do Amaral, “foi conduzida de forma legal”.
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