Após a eleição de outubro, o Partido Socialista Brasileiro (PSB) enfrenta indefinição com relação ao seu futuro político que pode culminar em uma crise profunda no relacionamento de suas principais figuras que são o deputado federal Valtenir Pereira e o empresário Mauro Mendes, este último candidato derrotado ao governo do Estado.
Enquanto o parlamentar defende a proximidade com o governador Silval Barbosa (PMDB) argumentando seguir a linha da executiva nacional que é aliada do PT, PMDB e outras legendas que darão sustentação a base da presidente eleita Dilma Rousseff, Mendes defende independência ou até mesmo oposição do PSB à gestão do Palácio Paiaguás.
Entretanto, a divergência tem como pano de fundo a eleição municipal de 2012 na qual ambos tem interesse em concorrer, porém, com diferentes estratégias.
Eleito para o segundo mandato de deputado federal com 101.907 votos, Valtenir Pereira conquistou somente em Cuiabá 53.414 votos, levando-o a ser o mais votado na disputa pela Câmara Federal, o que serve de motivação para acreditar que está credenciado em concorrer ao Palácio Alencastro.
O deputado aposta que construir uma aproximação com Silval Barbosa é essencial ao seu projeto. Com o apoio do Estado numa candidatura a prefeito, acredita que vai ter facilidade de viabilizar um amplo arco de aliança que dê sustentabilidade as chances de vitória.
Por outro lado, Mendes aposta na manutenção da terceira via com PSB, PDT, PPS e PV com a possibilidade de inclusão de outras legendas. O empresário que apareceu na política disputando em 2008 a Prefeitura de Cuiabá, fracassou na tentativa de chegar ao Paiaguás na eleição de outubro, porém, foi o candidato mais votado em Cuiabá com a preferência de 127.415 votos. Assim, acredita que 2012 é o ano em que reúne grandes chances de ser vitorioso elegendo-se prefeito de Cuiabá.
Neste embate interno que deve se aprofundar no segundo semestre de 2011, quando começarão as articulações políticas visando as eleições municipais, Valtenir Pereira ainda tem o respaldo do diretório nacional. O perfil de manter diálogo com aliados agrada o presidente do PSB, Eduardo Campos, ao mesmo tempo em que setores da militância criticam Mendes de discutir o futuro partidário isoladamente, sem antes ampliar a discussão às bases partidárias.