Uma quadrilha comandada por pai e três filhos, que roubava e adulterava veículos foi presa pela Polícia Judiciária Civil, em Alto Araguaia (415 km ao Sul), na operação “Abelha”, deflagrada na última sexta-feira. O pai tem 43 anos e foi autuado juntamente com filhos de 22 e 21 anos e responderão por roubo, formação de quadrilha armada, porte de armas, furto e receptação. Um menor, 17 anos, foi apreendido.
Os policiais apreenderam um veículo EcoSport adulterado, partes de um GM Celta e Ford Pampa. As investigações iniciaram após o roubo do veículo EcoSport e sequestro de sua proprietária, uma escrivã da Polícia Civil. Semanas depois, um casal também foi vítima da ação dos criminosos que, na oportunidade roubaram um Celta. “Os dois fatos foram tratados de forma vinculada porque conforme as declarações colhidas das vítimas, o ‘modus operandi’ e as características dos suspeitos coincidiam”, explicou o delegado de Alto Araguaia, José Mauro Dias de Souza.
As informações apuradas inicialmente indicavam que a quadrilha poderia ser formada por fugitivos do presídio de Jataí, em Goiás, inspirando o nome da operação, devido a cidade ser uma espécie de abelha. Porém, diferente do que se suspeitava, se tratava de uma quadrilha da cidade de Santa Helena, Goiás, composta pelo proprietário de uma oficina, seus três filhos e mais um comparsa. O delegado José Mauro Dias de Souza representou pela quebra de sigilo telefônico e, após a autorização judicial, passou a monitorar a quadrilha.
Em interceptação, os policiais descobriram o outro roubo seria efetuado na mesma data em Alto Araguaia, cujo alvo seria veículo Gol. A Polícia Civil também tomou conhecimento que o suspeito Adivaldo Oliveira dos Santos estaria conduzindo um veículo Pampa na cidade.
O suspeito foi abordado pelos policiais em um mercado de Alto Araguaia e conduzia um veículo Pampa, onde foi encontrado o pendrive da vítima do Celta, com os arquivos ainda intactos e o nome dela. A partir daí, a equipe policial chegou até a residência do suspeito, onde os demais comparsas foram detidos. O celular da mesma vítima também estava em uso pelo grupo. As investigações revelaram que as atividades dos autores consistiam em adquirir veículos batidos por baixo custo e, dali em diante, passavam a observar outro veículo com as mesmas características para efetuar o roubo. Após a subtração, transplantavam o carro roubado no chassi do veículo velho que tinham na oficina e, após a finalização da montagem, vendiam o produto final como um veículo legalizado por valores mais elevados, informa a assessoria da Polícia Civil mato-grossense.
Dois presos conduziam as vítimas para a região de Mineiros, em Goiás, para um local ermo previamente combinado. De lá, telefonavam para os comparsas. O pai era acionando para auxiliar nas agressões físicas. Em seguida, abandonavam as vítimas em um canavial próximo à Jataí. Pai e filhos ainda desempenhavam as adulterações dos veículos roubados.
O delegado José Mauro destacou a frieza dos investigados. “Os depoimentos narram condutas terrivelmente agressivas,” lamentou o delegado, que ainda informou que além de violência física, também usavam a psicológica, submetendo as vítimas à mira de uma arma de fogo engatilhando proferindo-lhes ameaça de morte.
A quadrilha estava montando outra oficina em Alto Araguaia, que também seria mantida com as atividades criminosas. Os veículos roubados em Alto Araguaia e região seriam encaminhados para Santa Helena, da mesma forma, os carros subtraídos em Goiás seriam adulterados na oficina instalada em Mato Grosso.
Com um dos presos a polícia aprendeu revólver calibre 38.