A Polícia Civil confirmou hoje que prendeu uma quadrilha que arrombava caixas eletrônicos em Cuiabá e no interior. Foram presos na operação “Contrasenha” cinco pessoas, dentre elas um soldado da Polícia Militar e um vigilante de uma empresa de segurança. Foram presos, na capital: Ricardo Xavier de Souza Lopes, 27, o “Ninja”, Alcimar Santos de Oliveira Tibaldi, 39, o policial Eric José da Silva, 26, o vigilante Valdily Slovinski Pernet, 29, e Magno César Paes de Oliveira, 26. A operação apreendeu também uma espingarda de pressão, dois carros (Honda Civic e Golf), uma motocicleta e 28 vários aparelhos de celular. Magno saiu da prisão há 10 dias. Ele tinha sido preso em flagrante junto com a quadrilha que tentou assaltar o caixa eletrônico instalado em uma faculdade. A Polícia Civil aponta que o soldado “dava apoio logístico à quadrilha”. A prisão do policial foi efetuada pela Corregedoria da Polícia Militar.
Os presos são apontados nas investigações comandadas pela delegada Ana Cristina Feldner (foto), da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), como os articuladores de grande parte dos ataques praticados em caixas automáticos em 2010. As investigações iniciaram há cerca de três meses. Em razão dos altos índices de ocorrências em caixas automáticos, a diretoria geral da Polícia Civil determinou que o caso fosse conduzido pela Gerência de Combate ao Crime Organizado. “Foi uma estratégia da diretoria no sentido de fortalecer as investigações desses crimes que estavam perturbando à sociedade. As apurações saíram da carga dos Cisc”s para a Gerência que culminou nessas prisões”, avaliou o delegado geral da Polícia Civil, Paulo Rubens Vilela.
Conforme a delegada, a quadrilha é bem organizada e antes de qualquer assalto realizava levantamento do alvo, fazia o acompanhamento da movimentação, num trabalho de vigilância e com informações privilegiadas do abastecimento os ataques eram realizados por pessoas escolhidas para a execução, feita com uso de maçaricos e outras ferramentas.
“A gente sabe que esse tipo de crime começa com informação privilegiada. Os próprios suspeitos fazem o acompanhamento da movimentação e do abastecimento. São realmente organizados. Eles têm apoio, fazem a logísticas e às vezes trocam os executores. Em alguns crimes eles também executavam”, disse a delegada Ana Cristina Feldner.
O planejamento leva em consideração o horário e o dia para a ação ser executada. Se a quadrilha percebesse que no horário ou no dia havia movimentação estranha no local, desistiam do roubo. “Eles realmente não brincam. Tem isso como trabalho e levam com seriedade o planejamento”, ressalta Feldner.
Nas investigações a polícia descobriu que os criminosos faziam uma perspectiva da quantidade de dinheiro no caixa para não levar prejuízo. “Essa é uma quadrilha bastante atuante com participação em vários roubos”, finaliza.