Policiais do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público cumpriram 35 dos 50 mandados de prisão contra acusados de fazer parte da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Dos mandados cumpridos, cinco referem-se a prisões ocorridas nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rondônia. Os demais foram em Mato Grosso. Foram apreendidos também drogas e armas. As buscas em relação ao restante do grupo continuam. Anteriormente, a assessoria havia informado 38 mandados cumpridos. O número foi corrigido.
A justiça expediu 50 mandados de prisões e 25 de buscas e apreensões em Cuiabá, Rondonópolis, Várzea Grande, Vila Bela da Santíssima Trindade, Poconé e Sapezal, em Rondônia, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Dezenove acusados já estavam atrás das grades, mas continuavam envolvidos em crimes recentes e vão responder novos processos.
Eles estão na Penitenciária Central, Mata Grande, entre outras unidades prisionais. O grupo foi denunciado por associação ao tráfico de drogas e formação de quadrilha. Um dos integrantes também responderá por homicídio ocorrido no município de Poxoréo.
A “Operação Ad Sumus” é resultado de investigações realizadas entre março de 2012 a junho de 2013. Nesse período, algumas prisões foram efetuadas. Em março passado, por exemplo, uma operação realizada pelo Gaeco resultou na prisão de um dos líderes do PCC em Mato Grosso, João Batista Vieira dos Santos. Na ocasião, ele foi preso com mais de uma tonelada de maconha”, informa a assessoria do MP.
Na denúncia, o Gaeco também relata outros fatos criminosos envolvendo o PCC. Entre eles, estão a apreensão de um veículo Mercedes-Benz, em Várzea Grande; tentativa de homicídio contra três jovens no bairro Doutor Fábio em Cuiabá; homicídio em Poxoréo, apreensão de veículo que viria com droga para Mato Grosso na divisa com o Paraguai; e ações contra estabelecimentos bancários e comerciais na região sul do Estado.
“A maioria dos delitos ocorreu em Cuiabá e Várzea Grande, contudo, vários crimes vergastaram municípios do interior, com destaque para Rondonópolis. Parte das atividades delituosas desembocaram suas nefastas consequências em outros estados da Federação, sobretudo Rondônia e Mato Grosso do Sul”, diz um trecho da denúncia do Ministério Público.
O GAECO aponta que o PCC passou a atuar em Mato Grosso em 1999, quando o atual líder “Marcola” permaneceu detido por cerca de seis meses na Penitenciária Central do Estado após ter roubado aproximadamente R$ 6 milhões da agência matriz do Banco do Brasil, em Cuiabá. No mesmo ano, no dia a dia 05 de junho, “Marcola” e outros dois presos fugiram pela porta da frente do presídio.
Desde então, o grupo vem tentando se organizar e fortalecer a facção no Estado. Entre os recursos utilizados pelos criminosos estão “teleconferências”, onde os integrantes se interagirem em tempo real. “O PCC possui estatuto próprio e regras rígidas. Cada “irmão” deve contribuir com o pagamento de uma taxa mensal, esteja ele preso ou em liberdade. O dinheiro arrecadado é usado para compra de armamento e drogas, além de financiar a fuga ou resgate de integrantes da facção criminosa”, diz um trecho da denúncia do MP.
Atualmente, segundo o Gaeco, estima-se que existam mais de 100 integrantes atuando no Estado. Alguns deles, mesmos presos, continuam praticando delitos. Para se tornar integrante do “sindicato do crime”, o candidato deve ser apresentado por um membro e ser “batizado”, tendo como padrinhos três “irmãos”. Em seguida, precisa cumprir diversas exigências da organização, informa a assessoria do MP em Mato Grosso.
(Atualizada às 17h20)