Vinte e seis pessoas foram presas em Mato Grosso acusadas de tráfico, homicídios, ocultação de cadáver e roubos. Este é o resultado da operação “Fusão”, desencadeada ontem pela Polícia Civil nos municípios do interior que fazem fronteira com a Bolívia e em Mato Grosso do Sul. Por mês, o grupo distribuía cerca de 50 quilos de cocaína e movimentava mais de R$ 350 mil. As investigações iniciaram há 6 meses pela delegacia de Comodoro (644 km a oeste de Cuiabá), que expediu 40 mandados de prisão temporária e de busca e apreensão. O grupo desarticulado resultou da fusão de 2 quadrilhas e agia em várias frentes, incluindo a execução de “maus” pagadores, com requintes de crueldade. A droga saia da Bolívia em pequenas quantidades e passava por Comodoro, de onde seguia para Cáceres, Vila Bela de Santíssima Trindade, Sapezal, Campo Novo do Parecis, Cuiabá e Paranaíba (MS).
Das 26 prisões, 15 foram em Comodoro. Cinco mandados foram cumpridos em Sapezal, 4 em Vila Bela, 1 em Cuiabá e 1 em Campo Novo do Parecis.
Em Comodoro, a quadrilha era comandada por Rui Barbosa Anacleto, 26, Altair Júlio da Cruz, 30, e Odair José da Cruz, 32. Em Vila Bela o esquema era liderado por Adão Gomes, 29, e Katiuscia Rodrigues da Silva, 30, chefes da segunda organização.
Preso em Comodoro, Paulo Adriano Santos da Silva, 19, é apontado nas investigações como o pistoleiro responsável pela execução das pessoas que deviam para a quadrilha. Ele atuava a mando das 2 organizações. É acusado de atuar em 2 homicídios deste ano e suspeito de outros 6. Pelos assassinatos, ele recebia parte do pagamento em dinheiro e outra parte em drogas, que era consumida por ele ou vendida. O delegado Marcelo Graciano da Silva, que preside as investigações, informou que 90% dos assaltos ocorridos na cidade são atribuídos a quadrilha. Cerca de 120 policiais civis, entre delegados, investigadores e escrivães foram mobilizados na operação.