Um dos presos em Mato Grosso do Sul durante a Operação Efeito Dominó, deflagrada em todo o país, ontem, Polícia Federal, é proprietário de uma empresa de vendas de máquinas, com valor de R$ 80 mil em capital, em Guarantã do Norte (233 quilômetros de Sinop). De acordo com a consulta feita por Só Notícias, a primeira sociedade do acusado foi firmada em junho de 2006, no mesmo ano em que o comércio foi aberto. Também existe um número de celular para contato, mas as ligações são encaminhadas para caixa postal.
O empresário e o filho que também foi preso teriam ligações com o narcotraficante Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, preso ano passado, em Sorriso, considerando o maior traficante do país e era procurado há décadas pela polícia. A operação Efeito Dominó, resultou em 8 prisões cujos mandados foram cumpridos no Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal.
Um dos doleiros presos fez acordo de delação premiada nas investigações da Operação Lava Jato. O delegado da Polícia Federal responsável pela Operação Efeito Dominó, Roberto Biasoli, disse ao UOL que "há indícios de um vínculo muito claro do dinheiro do narcotráfico, em espécie, indo parar nas mãos de políticos".
O doleiro Carlos Alexandre Souza Rocha, o Ceará, que trabalharia para Cabeça Branca, declarou na delação premiada, que foi homologada na justiça, ter feito repasses para os senadores alagoanos Renan Calheiros (MDB), Fernando Collor e o mineiro Aécio Neves (PSDB), além de Randolfe Rodrigues (Rede).
Ainda de acordo com o UOL, a operação que ocorreu ontem faz parte de uma nova abordagem da PF em relação ao narcotráfico: sufocar o braço econômico das organizações.
O traficante Cabeça Branca está preso na penitenciária federal de Mossoró (RN) e, em abril passado, foi condenado pela Justiça Federal do Paraná a cinco anos e dois meses de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro relacionado à compra de uma fazenda em Mato Grosso.
(Atualizada às 9h23)