A Polícia Civil informou, há pouco, que prendeu, hoje, em Rondonópolis, um homem, de 33 anos, autor do ataque a bomba em um supermercado, na semana passada, apreendeu objetos utilizados na fabricação dos artefatos explosivos – pólvora, mecanismo eletrônico de detonação à distância, munições, motocicleta e outros objetos usados no crime. Ele responderá pelos crimes de extorsão qualificada (com agravamento pela lesão causada nas vítimas) e explosão.
Investigadores localizaram, inicialmente, o veículo usado por ele e foi solicitada ao judiciário mandado de buscas e prisão. Eles descobriram que, no último dia 4, por volta das 8h30, o serviço de atendimento ao consumidor da rede de supermercados recebeu mensagens por aplicativo de uma pessoa que se dizia ser ‘membro de uma organização que efetua ações de altíssima violência’ exigindo o pagamento de R$ 300 mil em moeda virtual, tipo Bitcoin e, se não fosse feito pagamento, atacaria lojas da empresa.
No mesmo dia, por volta das 18h, em um dos supermercados, na Vila Operária, houve a detonação de um artefato explosivo que causou lesão corporal grave em duas pessoas – criança de sete anos e em outros clientes. Após a denotar o primeiro artefato, ele fez novo contato com o atendimento ao consumidor exigindo, novamente, dinheiro para não fazer outro ataque.
A Polícia Civil foi comunicada e orientou o imediato fechamento preventivo das lojas da rede de supermercado. Em uma delas, no Jardim Tropical, foi apreendido artefato explosivo. A Polícia Civil acionou as unidades especializadas – Gerência de Operações Especiais e BOPE para desarme e detonação que atestaram que se tratava de artefato explosivo bem elaborado, com acionamento por mecanismo eletrônico de detonação à distância.
Hoje, na casa do investigado, foram apreendidos objetos utilizados na fabricação dos artefatos, motocicleta e outros objetos usados no crime, encaminhados à perícia oficial da Politec.
A Polícia Civil informa que o “autor é barbeiro, não possui passagens policiais e confessou a autoria do crime”, “planejou meticulosamente o crime e deu detalhes sobre a execução”. Em outubro do ano passado, ele deu início ao projeto, com a compra de equipamentos para as bombas, escolha da vítima e planejamento operacional, como o estudo de câmeras de segurança e rotas de fuga. No dia 4 passado, ele foi até a loja da rede de supermercado e fez o acionamento, após a recusa do proprietário no pagamento da extorsão.
No interrogatório, alegou que tem há mais de 15 anos tem noção de manuseio de explosivos e fabricava bombinhas caseiras. Disse que, no ano passado, teve a ideia de causar prejuízos materiais em “quem tem muito dinheiro” e a rede de supermercado foi a primeira que veio em sua mente, devido ao grande fluxo de pessoas no local, pois poderia se camuflar no meio da multidão e implantar as bombas.
O autor do crime disse ainda que em 31 de março, por volta das 8h, colocou a primeira bomba no supermercado da Vila Operária. Após uns 30 minutos, o investigado colocou a segunda bomba na loja do Jardim Tropical.
Já em relação à extorsão, ele alegou que a intenção era colocar o dinheiro virtual em uma plataforma que reunia milhares de carteiras virtuais, com a intenção de dificultar o rastreio do dinheiro devido ao número expressivo de carteiras.
O criminoso relatou ainda que prazo do pagamento era até o final da tarde do dia 4 de abril. Passado o prazo, ele foi de moto ao supermercado, parou a aproximadamente 60 metros do local, e acionou a bomba por controle remoto. No dia seguinte, o investigado enviou nova mensagem para saber se o estabelecimento comercial faria o pagamento da quantia exigida em Bitcoins e alegou que já não tinha mais a intenção de detonar a segunda bomba, informa a assessoria da Polícia Civil.
A investigação foi conduzida pelas equipes da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Rondonópolis, a Regional e de Homicídios e Diretoria de Inteligência da Polícia Civil.
Receba em seu WhatsApp informações publicadas em Só Notícias. Clique aqui.