Utilizando táticas de negociação de crises, policiais militares do Comando Regional I (Cuiabá), da Companhia de Operações Especiais (COE) e do Comando Regional V (Barra do Garças) evitaram duas tragédias durante o final de semana, sem que nenhum disparo de arma de fogo fosse realizado. Ontem à noite, os policiais da Companhia de Policiamento de Barra do Garças prenderam os assaltantes José Antonio da Silva e um adolescente de 17 anos, que mantiveram por cerca de 90 minutos uma família de seis pessoas (sendo quatro crianças) em cárcere privado, no bairro São José, na periferia da cidade.
A dupla de assaltantes invadiu a casa e foi flagrada pela PM quando tentava escapar em poder de R$ 360, pertencentes aos comerciantes residentes na casa. Armados com dois revólveres (um calibre 38 e outro 32), eles colocaram a família na sala da casa. Demonstrando intenso nervosismo, assaltantes mantiveram a arma para cabeça de duas crianças. Conforme o capitão Stênio Henrique Souza Guimarães, o tempo é de fundamental valia para que se estabeleça o processo de confiança entre negociador e criminoso.
Por mais de uma hora, o policial conversou com os criminosos, que exigiram a presença de advogados para que se entregassem. A PM realizou contato com a Ordem dos Advogados do Brasil, em Barra do Garças, que encaminhou dois profissionais para o local. Com a chegada deles, os criminosos afirmaram que iriam deixar a casa levando as crianças como reféns. Mais uma vez, o policial negociou e evitou o ato. Os dois homens se entregaram e foram encaminhados para Polícia Civil.
Conforme o capitão Stênio, José Antônio era foragido da Justiça pelo crime de estupro. A dupla é acusada ainda de realizar seis assaltos naquela região e vinha sendo alvo de uma investigação da PM.
Em Cuiabá, uma ação realizada conjuntamente pelo 9º Batalhão, 10º BPM, e a Companhia de Operações Especiais (COE) – que integra do Bope – terminou com o salvamento de um menino de apenas três anos de idade, no sábado pela manhã, no bairro Parque Cuiabá.
Depois de mais de 5 horas de negociação, a equipe do Comando de Operações Especiais invadiu a casa onde Anderson Gonçalves dos Santos, 26, que se trancou com o filho Ícaro, de 3, e retirou a criança, sem ferimentos. Bêbado, ele entrou na casa de sua mãe e tomou a criança como refém. Ele ameaçava matar o garoto e cometer suicídio em seguida.
Diante de uma situação instável, os policiais da COE invadiram a casa e utilizaram munição não letal (pistola Taser) para conter o criminoso. A pistola Taser é um Dispositivo Eletrônico de Contenção. Ao ser acionada causa Incapacitação Neuro-Muscular (NMI), que provoca imediata perda do controle neuromuscular, debilitando temporariamente mesmo os indivíduos mais fortes, com risco mínimo de ferimentos.
A pistola não substitui as armas de fogo, mas se propõe a ser uma etapa intermediária nas ações policiais. “A doutrina utilizada para o gerenciamento de situações extremamente tensas, como a de sequestro, exige dos profissionais da área de segurança muita paciência e capacidade de conquistar a confiança dos criminosos envolvidos na ação”, afirma o comandante geral da PM, coronel Antônio Benedito Campos Filho, não se registrou nenhuma morte em situações de gerenciamento de crises.