O policial militar Rosinei Ramos Pereira, 34, condenado a 33 anos e 9 meses de reclusão por crimes sexuais praticado contra 3 adolescentes, liberado em outubro do ano passado pela Justiça para o regime semiaberto, foi preso em uma tentativa de assalto, no momento que deveria estar no Presídio Militar. Ele foi flagrado por policiais militares no momento em que rendia um casal, por volta da meia-noite de segunda-feira, no Jardim Mariana, em Cuiabá. Em uma moto, o PM simulou estar armado e anunciou o roubo. Neste momento surgiu uma viatura e fez a abordagem. Mesmo negando o crime, ele foi preso. O marido havia ido até o trabalho da esposa para buscá-la e quando retornavam foram seguidos por Rosinei, que passou por eles e parou um pouco adiante. Quando percebeu que o casal iria virar uma das ruas, retornou e anunciou o assalto.
Em depoimento ao delegado Richard Damasceno, no Cisc Verdão, ele acusou os PMs que o prenderam de perseguição e disse que só tinha ido atrás do casal para "tirar satisfação", pois pouco antes quase teria atropelado os 2 na avenida Miguel Sutil, quando seguia em direção a um supermercado 24 horas e houve discussão. Disse que deixou as 2 filhas com um amigo, que também estava de moto, e foi atrás do casal. O acusado declarou que mora no bairro Nova Esperança, em Várzea Grande. Com o flagrante, mais uma vez foi encaminhado para o Presídio Militar de Santo Antônio do Leverger, de onde foi liberado recentemente.
O acusado foi libertado em outubro do ano passado, sem a realização de exame criminológico requisitado pelo Ministério Público, pela inexistência de especialista para atender ao pedido. A decisão foi a mesma proferida pela Justiça no caso do pedófilo Edson Alves Delfino, 29, que também deixou o presídio sem o exame e 4 meses depois matou o estudante Kaytto Guilherme Nascimento Pinto, 10.
O benefício do regime semiaberto se baseou no fato do PM já ter cumprido mais de um sexto do total da pena e por apresentar bom comportamento carcerário. "Ressaltando que durante o lapso temporal do cumprimento da pena, inexiste qualquer registro de falta que viesse desabonar a conduta do sentenciado, portanto, não vislumbro qualquer empecilho para a concessão da progressão do regime", informou o juiz.
Rosinei foi acusado de atentado violento ao pudor contra 2 adolescentes e de ter tentado a prática com uma terceira. Armado com revólver e acompanhado da mulher (também adolescente), abordava as vítimas em uma motocicleta e, mediante ameaças, as submetia aos abusos. Os crimes aconteceram em junho de 2003. Rosinei foi denunciado em agosto do mesmo ano e sentenciado em abril de 2004. Foi colocado em liberdade em outubro de 2009.
Ele ainda é funcionário público e, segundo informações da Corregedoria da Polícia Militar, o procedimento administrativo relacionado a permanência dele ou não na corporação foi concluído em dezembro de 2009. Está nas mãos do comandante geral Benedito Campos Filho, que tem autonomia para exonerar ou não o soldado. Até o fechamento da edição não foi possível saber se já existe decisão, já que segundo a assessoria da PM, Campos Filho estava em audiência com o Governador. O soldado declarou, no ato da prisão, que está lotado no 4º Batalhão em Várzea Grande e recebe mensalmente o salário de R$ 1.524. Segundo o comandante do Batalhão, ele não está atuando no local.