O aprimoramento de técnicas de inteligência para uso em investigações policiais é um dos focos do curso de Operações de Inteligência, realizado pela Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso em parceria com Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (SESGE), do Ministério da Justiça, para qualificar 120 profissionais de segurança pública, que serão empregados nos jogos da Capa do Mundo 2014.
A segunda turma da capacitação finalizou o curso neste sábado (26), após seis dias de aulas teóricas e práticas, todas coordenadas por policiais da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Mato Grosso. As instruções são voltadas a qualificação de profissionais de inteligência que atuam na Polícia Civil, Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros, do Sistema Prisional e Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).
A prática do curso começou na quarta-feira (23), com a notícia crime de uma organização criminosa de tráfico de drogas e armas com atuação interestadual. Com a informação, os alunos deram início ao trabalho de investigação com uso de técnicas de inteligências para o levantamento de informações e provas até a identificação dos membros da quadrilha. Os dados e registros produzidos pelos alunos foram repassados a equipe operacional para deflagração da operação de prisão do grupo criminoso.
O coordenador do curso, delegado Juliano Carvalho, explicou que a capacitação é voltada para preparação de operador de inteligência, que difere do policial que faz a abordagem de rua. "O operador de inteligência busca os levantamentos, alvos, filmagens com uso de técnicas especializadas para esse levantamento de informação para depois passar para quem vai executar essa operação", disse.
"É um curso articulado pela Sesge já voltado para a Copa. Estamos preparando essa massa de profissionais de diversas unidades, não só para os eventos que se aproximam, mas também para proteger e dar segurança a nossa sociedade", completou o delegado Juliano Carvalho.
O desfecho do trabalho investigativo ocorreu neste sábado (26), no Cais do Porto, em Cuiabá, quando a quadrilha foi desarticulada, com a simulação da prisão de quatro homens que chegavam pelo rio Cuiabá em uma embarcação com drogas e armas de grosso calibre. No exercício operacional, policiais disfarçados também identificaram uma mulher, que integrava o grupo e dava apoio por terra.
O delegado Marcos Veloso, titular da Gerência de Operações Especiais (GOE), da Polícia Civil de Mato Grosso, coordenou a parte operacional do curso. Veloso disse que o exercício é o desfecho do processo investigativo realizado pelos alunos do curós de operações de inteligência. "Essa operação contou com servidores de todos os órgãos capacitados, que arrecadaram informações das mais diversas formas possíveis e repassaram ao operacional, que montou essa operação e prendeu os supostos criminosos", destacou.
O delegado ressaltou a importância do aparato de segurança durante as operações policiais. "Hoje foi utilizado aqui todo o sistema de Segurança Pública, desde o monitoramento de câmeras da cidade, a estrutura do Corpo de Bombeiro com o apoio náutico, o helicóptero da Companhia de Operações Aéreas, assim como o maior recurso da segurança que é o policial. A harmonia desse conjunto dá o resultado positivo em favor de nossa segurança", finalizou.
Capacitação- Em 2013 já foram capacitados 261 profissionais de inteligência, entre policiais civis, militares, rodoviários federal, bombeiros, peritos e agentes prisionais. A maior parte dos agentes é do quadro da Segurança Pública de Mato Grosso, que além da formação interna busca a integração com Inteligências de polícias civis e militares de outros estados como Mato Grosso do Sul, Goiás e Amazônia, que enviaram policiais para participar do curso de Operações de Inteligência como forma de facilitar o tráfego de informações entre as agências de inteligências.