A Delegacia Especializada de Estelionato e Outras Fraudes de Cuiabá cumpriu, hoje,, mandados de busca e apreensão, na Operação Jail Hacker, contra envolvidos em golpe contra uma loja de móveis de alto padrão na capital, com prejuízo estimado de R$ 350 mil. O mentor do golpe, de 29 anos, já foi investigado pela Polícia Civil por fraudes anteriores. Neste inquérito atual, ele, a mãe e a esposa são investigados pelo golpe aplicado na a loja de móveis e cumpriram mandados em endereços da mãe do principal investigado, no Jardim Califórnia, e em um imóvel de propriedade dele, que estava locado.
Na casa alugada, no bairro Jardim Paulista, os policiais encontraram a maioria dos móveis e objetos de decoração comprados fraudulentamente – jogos de mesa de jantar, móveis de área externa, estofados, objetos decorativos, itens de cama, mesa e banho, poltronas, entre outros foram apreendidos e reconhecidos pela empresa lesada, estimados R$ 343 mil. A maior parte deles mobiliava uma residência que o estelionatário construiu com dinheiro oriundo de golpes aplicados anteriormente. A casa estava alugada, atualmente, para uma influenciadora digital. Outra parte dos objetos da vítima foi localizada na casa de sua mãe.
A Polícia Civil informa ainda que, em julho do ano passado, a proprietária da loja e vítima do golpe procurou a delegacia de Estelionatos, relatou que em fevereiro foi procurada por uma cliente, pelo Whatsapp, que demonstrou interesse em comprar produtos promocionais, enviou orçamento e as negociações foram finalizadas no final de fevereiro de 2024, culminando com a efetivação do pagamento pela cliente, por meio de links digitais emitidos por duas financeiras, cujas operações autorizadas totalizaram R$ 337,5 mil divididas em 10 parcelas. Após a autorizar os pagamentos e faturamento, a loja organizou a logística de retirada das mercadorias e uma transportadora fez as entregas, em quatro remessas.
No final de fevereiro, ao consultar os recebimentos das compras junto aos bancos, a loja de móveis foi surpreendida com a contestação dos valores. As instituições financeiras alegaram possível fraude no uso dos cartões para pagamento das compras.
A delegacia de Estelionatos apontou que o planejador do golpe ‘organizou’ a compra dos móveis de dentro da unidade prisional onde estava preso, em Várzea Grande, usando cartões de crédito, supostamente de terceiros, a fim de dissimular os reais suspeitos da prática criminosa.
O golpista e sua companheira foram presos na Operação Falsa Portabilidade, em novembro de 2023, por falsificação de documentos para abertura de contas digitais usadas em diversos golpes. Entre as vítimas do grupo estavam servidores públicos e uma empresa que presta serviços de pagamentos, transferências de valores e portabilidade de salários, que tiveram prejuízo aproximado de R$ 23 milhões. Servidores públicos e outras pessoas tiveram os salários desviados para contas falsas criadas pelos golpistas.
Em outubro passado, o golpista teve um recurso negado pelo Superior Tribunal de Justiça em que pedia sua soltura. No final de novembro, foi colocado em regime semiaberto no final de novembro de 2024, com monitoramento por tornozeleira eletrônica. A investigação atual apontou que, mesmo preso, ele continuou planejando e executando golpes.