A Secretaria de Justiça e Segurança Pública, por meio da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, apresentou o balanço das investigações do assalto a agência do Banco do Brasil, ocorrido em 3 de setembro, em Comodoro, com a identificação de 11 pessoas envolvidas.
Desse total, cinco entraram na agência e os demais colaboraram com o bando. Oito dos envolvidos já foram presos, um acabou sendo morto durante confronto policial em Mato Grosso e dois estão foragidos.
Três membros da quadrilha foram transferidos a Cuiabá na semana passada vindos do Pará, onde foram localizados após ação conjunta das polícias Civil dos dois Estados e da Polícia Federal, que monitorou os envolvidos no assalto durante vários dias até prendê-los.
Cinco dos envolvidos no assalto são irmãos e nasceram em Itupiranga (PA). Antônio Nilson Ribeiro da Silva, o “Coruja”, é apontado pelo delegado Marcelo Graciano Silva como o líder da quadrilha. Ele e a esposa, Luciene Almeida Nascimento, foram presos na cidade de Marabá (PA). Raimundo Nonato Ribeiro da Silva foi preso em Eldorado do Carajás e chegou a Capital no último sábado.
Os outros irmãos são Josimar Ribeiro da Silva, preso em Pontes e Lacerda, José de Ribamar Ribeiro da Silva, que também praticava assaltos junto com os irmãos, mas não participou do roubo em Comodoro, pois está preso no Pará, por assaltos a bancos e Josenildo Ribeiro da Silva, que está foragido e conforme a polícia, foi ferido durante confronto e deve estar escondido na região de Marabá. Todos os irmãos tem passagem pela polícia por assalto.
Outro foragido e identificado é Rafael Borges da Cruz, 23 anos, visto com um dos membros da quadrilha no dia do assalto.
“Serviços de inteligência e estratégias coordenadas foram fundamentais para que se chegasse à localização da quadrilha, que já tinha ocorrências semelhantes em outros Estados. O trabalho das polícias foi bastante integrado e com a colaboração de outras instituições conseguimos localizar e prender a maior parte da quadrilha”, destacou o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Diógenes Curado Filho.
O delegado de Comodoro, Marcelo Graciano, informou que há duas semanas a polícia já tinha a localização dos assaltantes, mas os mandados de prisões decretados pelo juiz da comarca, José Eduardo Mariano, somente puderam ser cumpridos após o término do período de eleições, que é de 48 horas. “Essas prisões foram realizadas com o apoio da Polícia Federal do Pará. Os agentes passaram vários dias seguindo os passos deles aguardando esgotar as 48 horas”, disse o delegado.
Conforme Marcelo, dentro da organização criminosa a mulher de “Coruja” era responsável pela movimentação financeira do dinheiro ilícito. “Sua função era investir o dinheiro roubado em imóveis e carros”, complementa.
Policiais do Batalhão de Operações Especiais e aeronaves do Centro Integrado de Operações Aéreas da Sejusp também participaram das buscas. Segundo o tenente PM Marcos Paccola, do BOPE, a polícia fez em toda a região de Comodoro, durante quinze dias, monitoramento e buscas, inclusive em estradas vicinais e de fazendas, na localização dos integrantes da quadrilha.
Do assalto ao banco, a quadrilha levou R$ 50 mil, dos quais foram recuperados apenas 4 mil. Durante as investigações a polícia também descobriu que o bando estava tentando comprar novo armamento já que dez armas, sendo um fuzil AK 762 e outro 762 Parafal, ambos de uso exclusivo do Exército, uma escopeta, quatro pistolas 9 milímetros, três revólveres e mais de 800 munições de variados calibres, foram apreendidas em Pontes e Lacerda no dia 2 deste mês, quase trinta dias após o assalto. O arsenal estava em poder de Josemar Ribeiro da Silva, 31, o “Neguinho”, preso após tentar resgatar o armamento que foi enterrado na região depois da fuga deles.
Todas as armas utilizadas no assalto foram locadas pelo valor de R$ 15 mil no Pará e as munições, em torno de mil, foram adquiridas em Goiás. No Pará, a PF apreendeu outros dois fuzis.
Estão presos Ismael dos Santos, detido logo após o assalto pelo Grupo Especial de Fronteira (Gefron), o casal da cidade de Redenção, no Pará, Olaiton Barros Mundoco, 27, e Karla Vieira Rodrigues, 25, presos em 13 de setembro, por tentar dar apoio na fuga dos cinco assaltantes, Josemar Ribeiro da Silva, 31, Antônio Hélio Brandão e agora os três.
Agnaldo Barbosa de Oliveira, 42, o “Negão”, foi morto em confronto com policiais militares da região de Cáceres, durante a tentativa de fuga. Com ele foi encontrado R$ 4 mil, mais de 60 munições 9 milímetros e uma pistola do mesmo calibre.
No dia 3 de setembro, por volta das 14h15, um grupo armado com submetralhadoras e fuzis invadiu a agência do Banco do Brasil e Comodoro e manteve reféns por mais de uma hora 20 pessoas. Os assaltantes entraram no banco após renderem policiais militares que faziam rondas na cidade e deixar uma pessoa ferida durante troca de tiros.
No momento do tiroteio, a senadora Serys Marli participava de um ato político com um candidato a prefeito da cidade. Após o roubo, os assaltantes fugiram em um veículo Ecosport em direção a Vilhena (RO), levando três policiais e o gerente do banco como reféns.