Uma associação criminosa armada, que atuava fortemente no roubo de caminhões e cargas em Mato Grosso, foi desarticulada em ação da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos (Derrfva), da Polícia Civil, ontem à noite, em Jaciara (142 km de Sinop). Um caminhoneiro, de 42 anos, foi resgatado em área de matagal, após ser mantido refém pelos criminosos.
Foram o homem, de 28 anos, apontado como líder da quadrilha, um comparsa, de 35, e sua companheira, de 21 anos, que no momento da prisão confessaram ter como atribuição no bando o desligamento do rastreador dos caminhões e uma jovem, de 20 anos, que atuava como “isca” para atrair os caminhoneiros. Também foi apreendido um adolescente, de 17 anos, responsável por manter a vítima refém em matagal, com ele foi apreendido um revólver calibre 38, com cinco munições intactas.
A Scania vermelha que havia sido roubada do caminhoneiro que estava no cativeiro foi encontrado às margens da BR-364. Os veículos de passeio utilizados pela quadrilha também foram apreendidos.
O trabalho integra a operação “Conexão”, que ao longo de seis meses de investigação prendeu 27 pessoas envolvidas. De acordo com a assessoria da Polícia Civil, as investigações apontaram que a quadrilha distribuía a carga roubada dos caminhões em empresas receptadoras e levavam o veículo para o Paraguai, onde era comercializado por valor inferior ao de mercado. O foco principal do grupo era o caminhão carreta tipo LS, marca Scania, avaliada em aproximadamente R$ 350 mil. No País vizinho, ele era vendido por cerca de R$ 50 mil.
De acordo com o delegado titular da Derrfva, Vitor Hugo Bruzulato Teixeira, a quadrilha começou a atuar em agosto do ano passado. “Desde então estamos monitorando o bando e conseguimos, durante o período de investigações realizar as prisões de todos os autores. A ação desta terça-feira é considerada um marco final dessa investigação, onde foi possível prender os remanescentes da quadrilha, e em especial o líder”.
Segundo Bruzulato, o modus operandi da quadrilha inicialmente era a utilização de mulheres na beira de estrada para atrair os motoristas. Mas, recentemente, o grupo criminoso usava “aranhas”, pessoas que subiam na carreta para desconectar a mangueira que fica entre o reboque e o cavalo.
Após o crime, os motoristas eram levados para cativeiro, localizados geralmente em área de matagal, na beira de estrada. Os caminhoneiros só eram libertados quando o veículo chegava ao destino final, no Paraguai.
Os presos responderão pelos crimes de associação criminosa armada e roubo triplamente majorado (concurso de pessoas, uso de arma de fogo e restrição de liberdade da vítima) e serão encaminhados para audiência de custódia na cidade de Jaciara, onde ocorreu o crime.
