Uma mulher suspeita integrar uma associação criminosa envolvida em crime de roubo na modalidade “sapatinho via pix” foi presa, ontem, durante trabalho investigativo realizado pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Várzea Grande. A ação contou com apoio da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos, que recuperou parte do valor subtraído da vítima.
A suspeita era a responsável por receber os pix transferidos por vítimas de roubos e difundir para outras contas utilizadas pelo grupo. As investigações iniciaram após a equipe da Derf receber informações sobre um roubo a residência, no bairro Jardim Paula I, ocasião em que criminosos armados renderam a família e subtraíram objetos, valores em dinheiro, e não se contentando com o valor encontrado exigiram que a vítima fizesse a transferência de valores por pix.
No total, foram transferidos R$ 67 mil via pix para duas contas bancárias determinadas pelos suspeitos, sendo R$ 50 mil para uma conta e R$ 17 mil para uma conta digital. Com base nas informações, a equipe iniciou as diligências para localizar os responsáveis pelas contas bancárias conseguindo chegar à mulher, integrante da associação criminosa, que utilizava a conta do marido para a prática do crime.
Questionada, a suspeita inicialmente tentou negar os fatos, porém após a apresentação dos extratos confessou a sua participação no roubo, que era fornecer as contas bancárias para que os comparsas pudessem transferir o dinheiro roubado das vítimas.
A função era de grande responsabilidade, uma vez que a suspeita deveria fazer o acompanhamento em tempo real, para que no momento em que recebesse os valores, imediatamente disseminasse para contas bancárias de outros integrantes da associação criminosa, o que foi feito durante o roubo praticado pelo grupo.
Ela afirmou ainda que tinha conhecimento que o roubo aconteceria e que foi avisada pelos comparsas para ficar atenta para realização das transferências no momento exato em que os valores entrassem na conta.
Segundo a delegada da Derf, Elaine Fernandes de Souza, diante dos fatos ficou claro que muito além da receptação do valor, a conduzida integra a associação criminosa, uma vez que acordou com os comparsas previamente a ação, e fazia as transferências de valores enquanto os outros integrantes do grupo mantinham as vítimas reféns. “É incontestável que a conduta da suspeita concorreu de forma positiva para o roubo, sendo sua participação fundamental no crime”, disse a delegada.
O delegado da DRCI, Ruy Guilherme, pontuou que a Polícia Civil tem avançado a passos largos no combate a crimes que envolve a utilização de meios tecnológicos e as pessoas que emprestam contas bancárias para criminosos responderão como partícipe pelo mesmo delito. “É necessária ação repressiva e forte por parte do Estado e a Polícia Civil de Mato Grosso tem feito isso com maestria”.